Crescer, ajudar a esquerda e afastar extremistas: Livre traça objectivos eleitorais

Rui Tavares apontou como objectivos eleitorais para as legislativas antecipadas de 10 de Março “crescer”, “ajudar a esquerda a ganhar” e “pôr de lado os governos extremistas”.

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Rui Tavares, co-porta-voz e deputado único do Livre LUSA/ANDRÉ KOSTERS
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Foi a recordar como entrou no Teatro São Luiz, em Lisboa, com um livro de José Gomes Ferreira no bolso do casaco, As Aventuras do João Sem Medo, quando o Livre nasceu, que Rui Tavares começou por assinalar os dez anos do partido, esta quinta-feira. Mas foi a pedir a mesma "coragem" da altura para enfrentar a "incerteza" de hoje que terminou, deixando avisos ao Governo e objectivos eleitorais em cima da mesa: "crescer", "ajudar a esquerda a ganhar" e afastar os extremistas.

Falando para um auditório cheio na Biblioteca Orlando Ribeiro, em Lisboa, o fundador e co-porta-voz do partido contou como "a maior parte" dos membros do Livre "não tinha experiência partidária" nem "imaginado entrar num partido, quanto mais fundar" um, quando, em 2013, se juntaram para fazer os "outros partidos perceber que apenas a unidade podia virar a página da austeridade e pôr fora o Governo da troika". "Naquela altura, a ansiedade era muita", admitiu, lembrando os tempos em que o Manifesto para uma Esquerda Livre passou a Livre e se apresentou como um partido "da liberdade", da "esquerda", da "ecologia" e da "Europa", como diz a sua declaração de princípios.

Mas se recordou esses primeiros tempos, não se escusou também a falar da actual crise política, com pedidos para se "manter a clareza" e "não ceder ao desespero" apesar do "caos" em que se encontra o país, com um "Governo que caiu" e "eleições" antecipadas convocadas para 10 de Março. "Agora é um momento diferente, no qual há muita incerteza, muito medo do futuro", admitiu, para depois pedir "coragem", "imaginação" e "clarividência"

"Não vamos combater o medo da extrema-direita com uma versão do medo da esquerda" e "o 'não há alternativa' dos liberais com o 'não há alternativa' da tecnocracia", antes apresentar um "país desejável" com "passos concretos", afirmou, arrancando palmas da plateia.

Entre esses passos estão as bandeiras do Livre para o Orçamento do Estado (OE) para 2024, como o programa 3C e o passe ferroviário, que Rui Tavares relembrou para avisar a maioria absoluta de que ainda pode aprovar estas propostas. Ou o subsídio de desemprego para as vítimas de violência doméstica, aprovado no OE para 2022, que o deputado alertou que seria uma “desonra” e “falhar a quem é mais vulnerável” se não chegasse ao Presidente da República para ser promulgado antes da formalização da demissão do executivo.

Mas também a criação de uma empresa pública de hidrogénio — que “nos tinha poupado muito trabalho” se já tivesse sido criada, ironizou — e o reconhecimento da independência da Palestina — porque "não podem dizer que o caminho é o de dois Estados e reconhecer só um", avisou. Duas medidas que garantiu que irá pôr "em cima da mesa" se conseguir alcançar os seus objectivos nas próximas eleições: “crescer”, “ajudar a esquerda a ganhar” e “pôr de lado os governos extremistas que colocariam o Estado de direito em risco”.

Procurando mobilizar o partido, Rui Tavares assinalou ainda que "o maior desejo político" do Livre nas próximas eleições é "falar com toda a gente" no país e apontou como objectivo afirmar o partido como uma "maioria plural progressista no Parlamento", "capaz de compromisso" e "pragmático" e "idealista" em igual medida.

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