Kelsey Hatcher, de 32 anos, nasceu com dois úteros no Alabama, nos Estados Unidos da América. Agora, está grávida de gémeos: cada um dos bebés no seu respectivo útero. A história é contada pela própria na sua conta da rede social Instagram e, ao jornal norte-americano The Washington Post, já admitiu a incredulidade da situação: “Se pensar demasiado nisso, pode tornar-se assustador. Mas tento apenas focar-me no positivo e sei que as coisas vão dar certo.”

Desde os 17 anos que a norte-americana sabe que o seu útero é didelfo, ou seja, que tem duas cavidades uterinas. Um fenómeno raro: apenas cerca de 0,3% das mulheres são afectadas por esta malformação.

Foi durante uma ecografia de rotina, realizada em Maio deste ano, que Kelsey Hatcher, já mãe de três filhos, descobriu que não estava apenas grávida de gémeos, mas que cada feto tinha o seu próprio útero. “Ficámos maravilhados! Durante aquela primeira ecografia, rimo-nos muito”, sublinha Kelsey Hatcher na publicação que fez no Instagram.

“O mais provável é que tenha ovulado separadamente e um óvulo tenha descido para cada trompa de Falópio”, explica Shweta Patel, obstetra que acompanha Kelsey Hatcher no Centro Materno-Infantil da Universidade do Alabama, em declarações à estação de televisão norte-americana ABC. É provável “que os espermatozóides tenham subido para cada útero e que a fertilização tenha ocorrido separadamente”, acrescenta.

Um útero duplo, ou didelfo, está frequentemente associado a um alto risco de complicações durante a gravidez, mas os três primeiros filhos de Kelsey Hatcher nasceram saudáveis e já no fim de gestação.

A gravidez em ambos os úteros é considerada um fenómeno extremamente raro. Kelsey Hatcher conta que os médicos lhe disseram que havia apenas uma hipótese em 50 milhões de isto ocorrer.

O caso mais conhecido aconteceu no Bangladesh, em 2019, quando Arifa Sultana, então com 20 anos, deu à luz dois bebés saudáveis com 26 dias de intervalo.

Neste caso, Kelsey Hatcher espera poder dar à luz os dois bebés naturalmente e na data prevista para o parto: o dia de Natal. A gravidez está a correr bem até agora, mas os úteros podem-se contrair em momentos, minutos, horas ou até dias diferentes. Kelsey e seu marido, Caleb, sabem que poderão ser necessárias uma ou duas cesarianas.