Caos na AG é “a quase benfiquização” do FC Porto, diz Francisco J. Marques

Reconhecendo gravidade dos incidentes e página negativa na história do clube, director de comunicação deixou provocação aos rivais da Luz: “Nós gozávamos com essas coisas que aconteciam no Benfica.”

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Francisco J Marques, director de comunicação do FC Porto Ines Fernandes/Arquivo
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Os graves incidentes que marcaram a assembleia-geral (AG) extraordinária do FC Porto na passada segunda-feira “não podem passar em claro”, exigindo-se uma “avaliação moral severa” para evitar uma repetição de violência. Quem o diz é Francisco J. Marques, director de comunicação do FC Porto, que abordou o tema da reunião magna interrompida após agressões nas bancadas do Dragão Arena. Reconhecendo a gravidade do sucedido e a imagem negativa para o clube, o responsável não deixou de dar uma “bicada” ao Benfica, considerando os incidentes uma “quase benfiquização” do FC Porto.

“Preferimos perder um jogo por cinco a zero do que acontecer o que aconteceu ontem [segunda-feira]. Foi de uma indignidade tremenda haver sócios que não se podiam manifestar, coagidos e agredidos. Isso não pode acontecer e esperemos que nunca mais aconteça no Futebol Clube do Porto, isto é quase a ‘benfiquização’ do FC Porto. Nós gozávamos com essas coisas que aconteciam no Benfica, de o presidente ir agredir uma pessoa que estava a intervir. Temos uma tradição de respeito e pluralismo”, afirmou o responsável, na noite desta terça-feira, num programa do Porto Canal dedicado à actualidade do clube.

Francisco J. Marques revela que o FC Porto tinha três locais preparados para acolher a AG extraordinária, explicando que a atribuição de uma pulseira azul a cada associado serviria para agilizar a transição dos sócios entre os vários espaços, caso a afluência assim o justificasse.

A verdade é que o número de associados que procuraram marcar presença na AG foi muito superior à média para estas reuniões, com o director de comunicação a reiterar que o clube tentou receber todos os sócios.

Os incidentes valeram já a abertura de um inquérito pelo Ministério Público, de acordo com informação avançada pela Procuradoria-Geral Distrital do Porto nesta terça-feira. Sócios portistas ouvidos pelo PÚBLICO relataram um clima de intimidação, insultos e agressões, comprovável pelas imagens recolhidas no interior do pavilhão dos “dragões”.

Os trabalhos foram suspensos pelo presidente da mesa da assembleia-geral (MAG), José Lourenço Pinto, pouco depois da meia-noite. Os sócios voltam agora a reunir-se às 21h da próxima segunda-feira, 20 de Novembro.

“Havia sócios a queixarem-se – e com legitimidade – que tinham medo. Todos nós estávamos muito afectados com o que aconteceu. Temos de saber superar este momento e, na próxima segunda-feira, temos a obrigação de ter um comportamento à Futebol Clube do Porto. O FC Porto é muito mais importante do que qualquer um de nós. Na próxima segunda temos de ter a dignidade de nos comportarmos em condições e decidirmos o que tivermos de decidir”, apelou Francisco J. Marques.

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