Agressões e caos forçam adiamento da assembleia geral do FC Porto

Dificuldades logísticas obrigaram à mudança do local da reunião convocada para votar a alteração de estatutos. Incidentes no Dragão Arena inviabilizaram votação.

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A assembleia geral (AG) extraordinária agendada pelo FC Porto para as 21h desta segunda-feira acabou por ser adiada para dia 20, dentro de uma semana. Tudo porque a reunião ficou marcada por enorme confusão e relatos de violência, que forçaram muitos sócios a abandonar o recinto e a lamentar a falta de condições de segurança e a organização precária de um encontro importante para o futuro do clube.

Inicialmente, a reunião magna deveria ter-se realizado no auditório, mas a afluência em massa de associados obrigou à transferência apressada para o pavilhão Dragão Arena. E foi já no interior do recinto que ocorreram cenas de agressões relatadas por alguns sócios, que lamentaram igualmente a inacção dos actuais dirigentes do FC Porto perante um quadro de coacção e violência.

A participação dos associados do clube numa reunião magna em que se discutirá e votará uma alteração aos estatutos superou as previsões dos responsáveis "azuis e brancos". Rapidamente se percebeu que o auditório que foi reservado para o efeito seria insuficiente, e a possibilidade de se mudar o encontro para o Dragão Arena começou a ser equacionada. Já depois das 22h30, o encontro avançou mesmo no interior do pavilhão.

Com mais de 2000 sócios presentes, muitos dos quais de pé, gerou-se a confusão quando alguns procuravam intervir, tendo sido interrompidos e impedidos de se expressarem por elementos que alguns identificam como membros da claque. Os incidentes foram escalando e registaram-se mesmo cenas de violência no interior do recinto, o que levou à debandada de vários sócios.

Muitos deles, à saída do Dragão Arena, conforme constatou o PÚBLICO, lamentavam a ausência de policiamento e a impunidade com que terão sido agredidos alguns dos presentes.

Depois de esvaziada a bancada central, inicialmente repleta de sócios, ainda houve uma tentativa de retomar a assembleia, mas o presidente da Mesa da AG acabou mesmo por decretar o adiamento para a próxima segunda-feira, novamente às 21h.

"É uma vergonha"

Antes da transferência para o pavilhão, porém, foram várias as figuras que aguardavam nas imediações do recinto. Entre elas estava André Villas-Boas, que já manifestou vontade de concorrer às eleições para a presidência do clube. Em declarações aos jornalistas, e perante os milhares de adeptos e sócios presentes no local, deixou claro que entendia não estarem reunidas as condições para a AG avançar.

"Fica registada hoje a falta de organização para a realização de uma assembleia para a mudança dos estatutos. Os associados marcaram presença, vivem o FC Porto de forma muito intensa e esperavam outra organização. Lamentavelmente, não há condições para realizar a AG extraordinária e peço ao presidente da mesa que considere a suspensão desta AG e a remarque para um local e uma hora apropriados", apelou o antigo treinador do FC Porto.

Pouco depois seria Nuno Lobo, que já foi candidato à presidência nas últimas eleições e pretende voltar a concorrer ao cargo, a classificar o que sucedeu como "uma vergonha". "Começarem a assembleia com tantos sócios do FC Porto cá fora é lamentável. Não me revejo no rumo que este clube está a tomar", apontou.

Ao final da noite, o FC Porto confirmaria, através do site oficial, a recalendarização da assembleia geral, sem adiantar detalhes sobre as razões que ditaram o adiamento.

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