A Rússia lançou este sábado, e pela primeira vez em várias semanas, um ataque de mísseis contra a capital da Ucrânia, Kiev. Serhiy Popko, chefe da administração militar da cidade, disse que um míssil balístico russo foi lançado em direcção à capital por volta das 8h (6h em Portugal).

“Depois de uma longa pausa de 52 dias, o inimigo retomou os ataques com mísseis contra Kiev”, disse Popko na aplicação de mensagens Telegram. “O míssil não conseguiu chegar a Kiev porque as defesas aéreas abateram-no quando se aproximava da capital.” Popko disse que não há a registar vítimas ou grandes danos na cidade.

As Forças Armadas ucranianas também relataram ataques a Kiev e a outras regiões do país, incluindo Odessa, Dnipropetrovsk, Kharkiv, Poltava, Sumi e Kirovohrad.

Também o Ministério da Defesa russo informou sobre o abate de vários drones no espaço aéreo russo, especificamente na província de Smolensk, localizada na fronteira com a Ucrânia, e outro na região de Moscovo. O governador de Smolensk, Vasili Anojin, descartou que o incidente tenha provocado vítimas.

Ruslan Kravchenko, governador regional da região central de Kiev, disse que cinco casas e vários edifícios comerciais ficaram danificados por ataques da Rússia e que dois mísseis atingiram um descampado.

A Força Aérea da Ucrânia disse que abateu 19 drones Shahed, fabricados no Irão, dos 31 lançados pelas forças russas num ataque nocturno às regiões Sul e Leste, informou aquela entidade em comunicado.

Oleh Kiper, governador regional de Odessa, avançou que a região foi atacada com mísseis e drones na noite de sexta-feira e durante a madrugada. Os ataques feriram três pessoas e danificaram edifícios da infra-estrutura portuária.

A Rússia tem vindo a intensificar os bombardeamentos aos portos da Ucrânia, incluindo o de Odessa, desde Julho, quando Moscovo se retirou da Iniciativa de Cereais do Mar Negro, um acordo que permitiu que a Ucrânia exportasse estes bens para vários países.

No Inverno passado, ataques sistemáticos à rede energética da Ucrânia deixaram, regularmente, milhares de casas sem aquecimento.

Na terça-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que o seu país tinha novos sistemas de defesa aérea fornecidos pelos seus aliados ocidentais, antecipando uma nova onda de ataques russos às infra-estruturas energéticas.