António Costa, o político que preferiu as manobras de sedução às reformas

A longevidade política do primeiro-ministro deveu-se mais à sua capacidade de negociar e ao pragmatismo do que a visões e desígnios para mobilizar o país.

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Daniel Rocha
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Na manhã de 9 de Abril de 2019, António Costa foi à Escola de Engenharia da Universidade do Minho, em Guimarães, para apresentar o programa Indústria 4.0 e deixou no ar um raro rasgo de visão e ambição para o país do futuro. Disse o primeiro-ministro: “Esta é a primeira revolução industrial em que Portugal pode partir na linha da frente.” Uma economia mais digital, profetizou, não vai depender de uma “localização geográfica”, nem de “matéria-prima”. Costa levava a lição estudada como se em causa estivesse o anúncio de um desígnio com que se projectam as novas eras. O país podia finalmente colar-se ao pelotão da frente porque tem o recurso mais importante para a economia do futuro, o “conhecimento”. Bastava-lhe apenas “pedalar mais do que os outros” para cumprir a ambição.

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