Chega vai convidar Marcelo Rebelo de Sousa para as suas jornadas parlamentares sobre a saúde

Ventura também quer ser recebido pelo Presidente da República com “carácter de urgência” para falar sobre o estado do SNS.

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Ventura defende que o Presidente da República devia ter vetado o diploma da dedicação plena dos médicos. LUSA/TIAGO PETINGA
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Duas semanas depois da Iniciativa Liberal e duas horas depois de Luís Montenegro ter sido recebido pelo Presidente da República com o estado da saúde na agenda, também o Chega anunciou que quer ser recebido “com carácter de urgência” por Marcelo Rebelo de Sousa para discutir “a degradação a que se tem assistido no Serviço Nacional de Saúde” recentemente. E para chamar o chefe de Estado ainda mais para o centro da discussão, André Ventura vai convidá-lo para participar nas jornadas parlamentares do partido, a 5 e 6 de Dezembro, dedicadas exclusivamente ao tema da saúde.

Em declarações aos jornalistas no Parlamento, Ventura defendeu ser “importante que todos os partidos que entendem que pode haver uma alternativa ao Governo do PS dêem nota ao Presidente da República das suas preocupações sobre o deteriorar” dos serviços de saúde. “Precisamos de outro modelo de gestão da saúde e o Governo não tem sido capaz de o implementar. Só o Presidente pode (…) fazer a pressão que tem que ser feita para garantir que o SNS não entra em caos absoluto”, justificou o líder do Chega, acrescentando que as palavras do director executivo do SNS ao PÚBLICO, de que o mês de Novembro será o mais complicado de sempre, “merecem uma clara condenação e cartão vermelho do Presidente”.

“Convidamos o Presidente da República para ter uma intervenção na forma e como entender nas jornadas do Chega (…) e a falar a todos os deputados especificamente sobre o tema da saúde e a construção de um novo modelo na saúde”, descreveu Ventura, dizendo que serão também convocados os seus deputados das regiões autónomas.

“O Presidente é o único actor político que pode, neste momento, mostrar ao Governo que o caminho que está a seguir é perigoso e prejudicial”, argumentou Ventura, pedindo que Marcelo deixe de ser um Presidente “com funções contidas” para passar a ser um Presidente com “funções assumidas”.

André Ventura também afirmou ser um “mau sinal” que Marcelo Rebelo de Sousa tenha promulgado o decreto sobre a dedicação plena dos médicos, “Esperamos que possa arrepiar caminho e mostrar que a responsabilidade pela situação que temos na saúde é de António Costa”, apontou.

Questionado pelo PÚBLICO sobre se é contra o princípio da dedicação plena dos médicos, o deputado e líder do Chega não respondeu directamente, mas criticou o facto de o diploma ter sido alvo de avaliação dos médicos e de todos, “desde os sindicatos ao bastonário, terem dito que não resolvia os problemas e era errado nos princípios organizativos”. Por isso, o Presidente deveria ter vetado o diploma. Assim, o Chega deverá pedir a apreciação no Parlamento.

Questionado sobre o desafio deixado por Luís Montenegro à saída do encontro com Marcelo Rebelo de Sousa sobre um pacto para a saúde envolvendo Governo, partidos e os sectores público, privado e social – Rui Rio fizera um desafio do género para a justiça mas nunca chegou a concretizar-se –, Ventura disse que o Chega já o propusera há um ano e que o PSD só o faz agora por estar a perder caminho nas sondagens.

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