Pinto Luz exige que Costa se retracte das “calúnias” que disse sobre privatização da TAP

“O primeiro-ministro tem o direito de ser habilidoso e ardiloso”, mas “não tem o direito de caluniar e adulterar a verdade”, lê-se na carta aberta dirigida pelo social-democrata a António Costa.

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Caso o primeiro-ministro não se retracte, estou "no direito de defender o meu bom nome", diz Pinto Luz Nuno Ferreira Santos
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O antigo secretário de Estado das Infra-Estruturas, Transportes e Comunicações e actual vice-presidente do PSD, Miguel Pinto Luz, acusou António Costa de manchar o seu bom nome, “caluniar e adulterar a verdade”. A carta aberta dirigida ao primeiro-ministro surgiu na sequência daquilo que o chefe do Governo disse no último debate quinzenal a propósito do processo de privatização da TAP de 2015 pelo Governo PSD/CDS. Em declarações ao PÚBLICO, o social-democrata, que exige que Costa se retracte, deixou subentendida a possibilidade de recorrer aos tribunais caso tal não aconteça.

“O único limite que o bom senso, e a lei, lhe impõem [a António Costa] é a utilização do bom nome de terceiros. Limite que ultrapassou largamente”, lê-se na missiva enviada às redacções. "O primeiro-ministro tem o direito de ser habilidoso e ardiloso”, mas “não tem o direito de caluniar e adulterar a verdade”, acrescenta.

Na quarta-feira, António Costa criticou Pinto Luz por, "às três da manhã", ter autorizado a venda da TAP "com um Governo já demitido". Na carta aberta, o social-democrata exige agora que o primeiro-ministro corrija "as suas palavras": "Faça-o no formato que entender. Mas faça. Nem que seja às três da manhã."

Caso António Costa não se retracte, Pinto Luz deixa no ar a possibilidade de recorrer aos tribunais. “Não me quero adiantar em relação àquilo que irei fazer [mas] eu, cidadão, reservo-me o direito de defender o meu bom nome, da forma e no momento que eu entender”, admite em declarações ao PÚBLICO.

Segundo o social-democrata, após António Costa reconhecer que errou quando disse que a privatização da TAP era uma imposição de Bruxelas (sendo desmentido pelo seu ex-ministro Pedro Nuno Santos), “chutou para a frente e fez um contra-ataque dizendo mais uma mentira". "Neste caso, atacou-me a mim”, resume.

“O processo de privatização da TAP, que eu concluí em 2015, foi escrutinado, foi sufragado nas urnas, foi escrutinado pelo Tribunal de Contas, foi escrutinado por comissões parlamentares, pela justiça portuguesa, por jornalistas, por toda a sociedade”, argumenta.

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