“Posso dizer que nasci nas redes.” Sentadas sobre almofadas no cimento do cais, entre um manto de redes negras e chapéus-de-sol tão baixos que mal lhes vemos os rostos, estão quatro mulheres num dedilhado incessante de agulhas e paleio. “Hoje não madrugámos. Como trabalhamos na rua, não se vê até às 9h”, atiram na força da gargalha fácil. As mãos não param. No Verão ou no armazém onde se abrigam nos dias de intempérie, o dia chega a começar pelas 7h. Trabalho incerto, consertam as redes utilizadas na pesca do cerco quando os barcos param. Agora é época de tanto trabalho que se prolonga por esta manhã de sábado.
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