Ataques a Israel: PSD dá “receita” para “reagir à barbárie” e Livre apela à acção europeia
O PSD e o Livre quiseram discutir no Parlamento os ataques levados a cabo pelo grupo terrorista Hamas a Israel. Os outros partidos, à excepção do PCP, também condenaram as acções.
Os ataques a Israel levados a cabo pelo grupo terrorista Hamas foram tema de debate esta quarta-feira no Parlamento. O PSD explicou como Portugal deve reagir à “barbárie” do Hamas e criticou o PCP por não condenar os ataques. Já o Bloco viu-se "obrigado" a esclarecer que também não apoia estes ataques. O Livre, depois de contextualizar o conflito historicamente, chamou a Europa a agir.
O ataque do Hamas a Israel foi o tema escolhido para as declarações políticas do PSD e do Livre no plenário. O deputado Alexandre Poço começou por condenar aquele que foi um “massacre indiscriminado de civis”. Seguro de que “a selvajaria terrorista” tem de ser “condenada e combatida”, o social-democrata apresentou a “receita” para “reagir à barbárie”.
Deve-se “condenar, sem justificativa, o terrorismo”; “expressar solidariedade com Israel e o seu povo”; “reconhecer o direito de Israel a defender-se” e, por último, “fazer votos” de que a paz seja rapidamente alcançada, elencou.
“Não pode haver justificação para o acto de terror do Hamas”, que não tem “nada que ver com as legítimas aspirações do povo palestiniano”, defendeu Poço, referindo-se à luta pela independência que este último tem travado. Não condenar a violência dos terroristas que apenas estão a “usar palestinianos”, “não é sério ou revela, no mínimo, falta de empatia”, disse o social-democrata, criticando indirectamente o PCP.
Até ao momento, o partido liderado por Paulo Raimundo não condenou o ataque. “Devemos estar do lado de quem sofreu estes ataques terroristas. Nunca concordaremos com quem justifica ou desculpa o terrorismo apenas pelo ódio de estimação que tem” a certos países, acrescentou o social-democrata.
Em resposta, o deputado do PCP Bruno Dias reconheceu que “a perda de vidas humanas” merece total “solidariedade e respeito”. “O PCP sempre se distanciou de acções de violência que não servem as causas do povo palestiniano”, limitou-se a dizer. Face a esta resposta, Alexandre Poço troçou e acusou o PCP de “não conseguir dizer a palavra 'Hamas'".
Já o Bloco de Esquerda clarificou – uma vez mais – que “condena os ataques do Hamas e ataques a civis”. As palavras de Joana Mortágua reiteraram as que Pedro Filipe Soares proferira no início do debate. Em defesa da honra da sua bancada, o bloquista acusou o líder dos liberais, Rui Rocha, de mentir “deliberadamente” ao dizer que o BE não tinha condenado estas acções.
Além do PSD e do Bloco, a IL, o Chega e o PS condenaram os ataques. E ainda o Livre. O deputado único Rui Tavares aproveitou para fazer um breve contexto histórico do conflito. Mas primeiro quis designar “correctamente os perpetradores”: o Hamas “não tem que ver com a libertação do povo palestiniano. A sua causa é a da opressão do povo palestiniano”, explicou. E “quem justificar o que quer que seja que o Hamas faz ficará manchado por muito tempo”, alertou.
Considerando que “Portugal e a Europa têm algo a fazer”, o deputado disse ser necessário defender que os dois povos possam viver lado a lado, acabar com a ocupação ilegal e com o sistema de discriminação dos palestinianos. A “Europa tem responsabilidade”, diz Rui Tavares. “Apelamos a que a Europa saiba defender a legitimidade dos dois Estados e que, num momento difícil, não os abandone”, concluiu.
Esta noite, entre as 19h30 e as 24h, a fachada da Assembleia da República estará iluminada com as cores da bandeira israelita. A proposta, que partiu do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Israel, teve voto favorável do PSD, PS, Chega e IL.