Zelensky na NATO para pedir apoio para a Ucrânia sobreviver ao Inverno

Presidente ucraniano participa na reunão do Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, no quartel-general da aliança. Stoltenberg antecipa novos compromissos dos aliados.

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Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia, está em Bruxelas EPA/OLIVIER MATTHYS
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O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, deu as boas vindas ao Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que esta quarta-feira apareceu de surpresa no quartel-general da NATO para pedir aos aliados que acelerem o seu apoio militar “para garantir que sobrevivemos neste Inverno”. “A sua luta é a nossa luta, continuaremos a apoiar a Ucrânia pelo tempo que for preciso”, prometeu o líder da aliança.

“Nós estamos preparados para lutar mas precisamos de apoio dos aliados. Precisamos de sistemas de defesa concretos: sistemas anti-aéreos, munições de artilharia, mísseis de longo alcance; não para atacar, mas para defender o nosso território, salvar a nossa população, a nossa infra-estrutura energética, os nossos armazéns de cereais”, afirmou Zelensky.

O secretário-geral da NATO admitiu que a defesa aérea será particularmente crítica. “O que estamos a ver é que Putin se está a preparar para, mais uma vez, usar o Inverno como arma de guerra. Temos de garantir a protecção das cidades e da infra-estrutura crítica da Ucrânia, também para que a economia possa funcionar”, sublinhou Stoltenberg, que antecipou novos anúncios de apoio por parte dos aliados.

Volodymyr Zelensky vai participar no encontro do Grupo de Contacto para o Apoio à Defesa da Ucrânia, que reúne os países que estão a fornecer material militar as país, e é liderado pelos Estados Unidos da América.

Vários responsáveis da Administração norte-americana garantiram que o pacto de defesa dos EUA com Israel, alvo de um brutal ataque do Hamas no último sábado, não afectará o apoio prestado por Washington à Ucrânia.

Citada pelo Politico, a embaixadora dos EUA na NATO, Julianne Smith, assegurou que “os Estados Unidos poderão concentrar-se na parceria com a segurança de Israel, cumprindo simultaneamente os seus compromissos e promessas de apoio à Ucrânia."

Esta quarta, os 31 ministros da Defesa dos países da NATO, e ainda da Suécia e da Ucrânia, reúnem-se no quartel-general de Bruxelas para fazer um ponto de situação sobre a evolução da contra-ofensiva e discutir o reforço do seu apoio militar. Durante a tarde, os aliados participam na primeira reunião ministerial do Conselho NATO-Ucrânia, criado na cimeira de Vílnius, em Julho.

“A presença de Zelensky no nosso encontro demonstra o nosso compromisso. Todos estamos muito conscientes que é vital continuar a apoiar a Ucrânia para continuar a combater e vencer esta terra de agressão. Esta guerra não é só um problema da Ucrânia, e é nossa responsabilidade reafirmar o nosso apoio, com novos anúncios relativos ao fornecimento de armamento e à coligação dos F-16”, declarou a ministra da Defesa dos Países Baixos, Kajsa Ollongren.

Segundo o secretário-geral da NATO, os aliados também vão avaliar o incidente no mar Báltico que causou prejuízos num gasoduto e num cabo submarino detidos pela Finlândia, o mais recente membro da NATO. “Primeiro é necessário estabelecer os factos e perceber exactamente o que aconteceu. Se se provar que foi um ataque deliberado contra infra-estrutura crítica, haverá uma resposta forte e coordenada por parte da NATO”, garantiu Stoltenberg.

Na agenda da reunião dos ministros de Defesa da NATO, esta quarta e quinta-feira, em Bruxelas, também estará uma avaliação das missões e operações da NATO no Kosovo e no Iraque, e dos últimos desenvolvimentos em Israel e na Faixa de Gaza, após o ataque lançado pelo Hamas. “Os aliados condenam todos os ataques contra civis inocentes”, declarou Jens Stoltenberg.

“Como um país em guerra, compreendemos muito bem o que é ser vítima de ataques indiscriminados”, comentou Volodymyr Zelensky, que recomendou unidade no apoio político a Israel. “É muito importante não estar sozinho. A minha recomendação aos líderes é que vão a Israel apoiar as pessoas que estão a ser vítimas destes ataques, para que os agressores não possam sequer pensar ou fazer novos planos”, disse.

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