CDS-PP defende comemoração do 25 de Novembro nos 50 anos de Abril

Comemorar apenas o 25 de Abril é “tomar opção por uma parte de um percurso, rejeitando num tempo político contínuo o momento que lhe deu melhor sentido”, defende Nuno Melo.

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Para Nuno Melo, “esquecer o 25 de Novembro significa sacrificar o melhor do 25 de Abril" Jose Sergio

O CDS-PP defende que as comemorações do 50.º aniversário do 25 de Abril devem incluir a comemoração do 25 de Novembro. Segundo os centristas, ao comemorar apenas a primeira data — e esquecer a segunda —, “a República celebra a mudança de regime e a queda do Estado Novo, mas não a instauração da democracia”.

Numa nota de imprensa assinada pelo presidente do partido, Nuno Melo, defende-se que comemorar apenas o 25 de Abril é “tomar opção por uma parte de um percurso, rejeitando num tempo político contínuo o momento que lhe deu melhor sentido.”

O eurodeputado acrescenta que, “mutilando o 25 de Novembro”, os organizadores do cinquentenário da revolução de Abril, com a excepção de comemorarem o “fim do ciclo do Estado Novo”, “restringem a data ao PREC, à tentativa da extrema-esquerda de implantar um regime totalitário em Portugal, às nacionalizações, à reforma agrária, às ocupações e às perseguições arbitrárias a pessoas”.

“Esquecer o 25 de Novembro significa sacrificar o melhor do 25 de Abril, desvalorizar a democracia, reescrever a história, tratar com injustiça figuras maiores como Jaime Neves e Ramalho Eanes e os que arriscaram a vida e em alguns casos morreram, a lutar pelas nossas liberdades”, lê-se ainda na nota.

O partido termina apelando ao Presidente da República, ao presidente da Assembleia da República, às restantes forças políticas e aos organizadores do cinquentenário “para que reflictam sobre o significado do tempo histórico de que o 25 de Novembro também é parte e do sentido pleno na celebração conjunta das datas”: o “dia em que o Estado Novo caiu” e o dia em que "a democracia finalmente venceu".

Para já, no programa das comemorações do 25 de Abril e da Constituição da Assembleia da República não figuram datas como o cerco à Assembleia Constituinte e o 25 de Novembro de 1975. Apesar disso, Augusto Santos Silva, presidente do Parlamento, sublinhou tratar-se de um programa “em aberto”: “Aberto a iniciativas de deputados e dos partidos.”

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