Acidentes e mortos nas estradas aumentaram no primeiro semestre

Relatório mostra aumentos no primeiro semestre em todos os principais indicadores. Motociclos têm a maior subida.

Foto
Desastres envolvendo motociclos subiram 19,2% face a 2022 Joana Freitas (imagem de arquivo)

Os acidentes de viação aumentaram 9% e o número de mortos 11,5% no primeiro semestre do ano face ao mesmo período de 2022, tendo-se registado 16.419 desastres e 233 vítimas mortais, indicou esta quinta-feira a Segurança Rodoviária.

A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), que divulgou hoje o relatório de sinistralidade a 24 horas e fiscalização rodoviária do primeiro semestre de 2023, diz que, entre Janeiro e Junho, registaram-se 16.419 acidentes com vítimas, dos quais resultaram 233 mortos, 1120 feridos graves e 19.092 feridos ligeiros.

O relatório mostra que se verificaram aumentos em todos os principais indicadores em relação ao mesmo período de 2022, registando-se mais 1358 acidentes (+9%), mais 24 vítimas mortais (11,5%), mais 53 feridos graves (+5%) e mais 1533 feridos ligeiros (+8,7%).

A ANSR precisa que o agravamento da sinistralidade em número de os acidentes e feridos ligeiros foi mais expressivo em Janeiro (+19,4% e +22,3%, respectivamente), mas o maior aumento nas vítimas mortais e nos feridos graves deu-se em Abril (+76,7% e +28,2%, respectivamente).

No documento, a ANSR faz uma comparação com o ano 2019, uma vez que é o ano de referência para monitorização das metas fixadas pela Comissão Europeia e por Portugal de redução do número de mortos e de feridos graves até 2030, tendo ocorrido menos 246 acidentes (-1,5%) e menos 994 feridos ligeiros (-4,9%), mas registaram-se mais sete mortos (+3,1%) e mais 72 feridos graves (+6,9).

Nos primeiros seis meses do ano, o número de vítimas mortais foi semelhante dentro (116) e fora das localidades (117), mas a maioria dos acidentes verificou-se dentro das localidades, num total de 13.035. Segundo o relatório, os acidentes dentro das localidades aumentaram 9,5% até Junho em relação ao mesmo período de 2022 e as vítimas mortais 27,4%. Pelo contrário, fora das localidades os acidentes diminuíram 7% e o número de mortos registou uma ligeira descida de 0,8%.

Quanto ao tipo de via, 64% dos acidentes ocorreram em arruamentos, correspondendo a 36,5% das vítimas mortais, mais 30% face ao mesmo período de 2022. Segundo a ANSR, os maiores aumentos do número de mortos ocorreram nas estradas regionais (+593%) e nos arruamentos (+19,0%), em contraste com menos 23,8% nos itinerários complementares e menos 18,8% nas auto-estradas.

Em relação à categoria de veículo interveniente nos acidentes, os automóveis ligeiros corresponderam a 70,9% do total, verificando-se um aumento de 7,9% relativamente ao primeiro semestre de 2022, mas as maiores subidas foram em desastres envolvendo motociclos (mais 19,2% face a 2022) e nos velocípedes (+12,8% face a 2022), bem como no número de mortos.

O relatório avança também que, nos primeiros seis meses do ano, verificou-se um aumento no número de acidentes em 15 dos 18 distritos, com maior expressão em Bragança (+25%), Castelo Branco (+20,9%) e Beja (+20,4%). No que diz respeito ao número de vítimas mortais, os aumentos ocorreram em 10 distritos, com os maiores aumentos absolutos nos distritos de Porto e Setúbal (+17 e +7, respectivamente).

A ANSR indica ainda que, entre Janeiro e Junho, considerando a distribuição do número de vítimas mortais pela rede rodoviária e respectivas entidades gestoras, verificou-se que 42% das vítimas mortais correspondeu à Infra-estruturas de Portugal, 3,9% à Brisa e 3% à Ascendi. De acordo com o documento, 50,1% das vítimas mortais decorreram de acidentes nas vias da rede rodoviária nacional e 49,8% às vias sob gestão municipal.