Barril de petróleo cada vez mais perto dos 100 dólares

Preço do Brent do mar do Norte, que serve de referência a Portugal, aproximou-se dos 97 dólares. Desde Julho, aumento é de 35%. Arábia Saudita e Rússia são dois dos nomes que saem a ganhar.

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Reuters/ALEXANDER MANZYUK
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O preço do barril de crude continua a escalar, tanto nos EUA como na Europa, e está cada vez mais perto dos 100 dólares. Há dois nomes que saem a ganhar: Arábia Saudita e Rússia, dois produtores cujas receitas dispararam nos últimos meses, apesar de estarem a produzir menos, porque o corte de produção em que apostaram acabou por fazer disparar o preço.

Na quinta-feira, o custo do Brent do mar do Norte, que serve de referência às importações portuguesas, subiu mais 0,4%, para os 96,98 dólares o barril. Desde Junho, o nível de preços aumentou cerca de 35%.

Nos EUA, o preço do WTI, que é a referência naquele mercado, aumentou 0,3% na quinta-feira, para 93,94 dólares. Neste caso, o dia ficou marcado pela notícia de que as reservas de crude estavam em níveis baixos críticos num dos hubs de armazenamento relevantes do país.

Foi em Junho que a Arábia Saudita anunciou unilateralmente que iria reforçar os cortes de produção até ao final do ano, o que suscitou de imediato preocupações com o impacto da subida de preços do crude na evolução da inflação na Europa.

Na altura, o país que é o maior produtor de petróleo o mundo, procurava influenciar os seus aliados da OPEP e da OPEP+, procurando segurar os preços então em queda devido a uma perspectiva mais pessimista sobre a evolução do consumo mundial.

O cartel do petróleo representado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo já tinha decidido uma redução de 1,4 milhões de barris por dia em 2024. Mas a Arábia Saudita considerou que era preciso mais e reforçou de imediato esse corte com uma redução adicional de um milhão de barris por dia em Julho, na tentativa de empurrar o preço do barril para cima dos 80 dólares.

Em Setembro, árabes e russos anunciaram que iriam prolongar cortes adicionais na produção diária até ao final de 2023, ano em que se prevê que a procura mundial de crude atinja um novo máximo. Tal expectativa, associada a um aumento do consumo na China, contribui para receios de escassez nesta matéria-prima, o que por sua vez ainda pressiona mais o aumento dos preços.

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