Como transformar uma vitória eleitoral num embaraço político

Só se falou do recuo de Albuquerque: não conseguir uma maioria absoluta significava, afinal, não conseguir formar um governo de maioria absoluta. Três vértebras afundaram.

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Queriam “clarificação”, não queriam? Analisemos então os resultados da estratégia da clarificação na Madeira. A um mês das eleições, Miguel Albuquerque decidiu ser o mais claro possível: 1) Disse que recusava qualquer acordo com o Chega, para estancar a fuga de votos para a direita radical. Entrevista à SIC a 28 de Agosto: “Eu não vou dar de comer ao crocodilo na esperança de ser comido em último lugar.” 2) Disse que se demitia caso não alcançasse a maioria absoluta nas eleições. Entrevista à Renascença a 6 de Setembro: “Se não ganhar as eleições, demito-me. A clareza é essencial para as pessoas perceberem. Não vou fazer entendimentos. Portanto, ou votam nesta maioria e querem que se prossiga o caminho que temos seguido, ou não votam nesta maioria. Se não votarem nesta maioria, vou-me embora.” Mais claro não há.

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