Profissionais da Educação estão a dar “exemplo de cidadania”, diz André Pestana

Dirigente do Stop diz que “há cerca de 100 mil alunos” em todo o país sem um ou mais professores a uma ou mais disciplinas, não por causa da greve, mas por causa das políticas educativas.

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André Pestana numa das manifestações em frente ao Ministério da Educação no ano lectivo passado Rui Gaudêncio
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André Pestana, dirigente do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop), afirmou esta segunda-feira que os profissionais da educação, professores, assistentes técnicos e operacionais e psicólogos, estão a dar um grande "exemplo de cidadania ao país” naquele que é na prática o primeiro dia do novo ano lectivo em todas as escolas do país.

Segundo André Pestana, “há cerca de 100 mil alunos em todo o país que que estão sem um ou mais professores a uma ou mais disciplinas, não por causa da greve, mas fruto das políticas educativas que são muito prejudiciais”.

O dirigente do Stop falou à CNN em frente a uma escola do agrupamento de São Teotónio, Odemira, onde “há 18 turmas sem um dos professores” e em que em “todas as turmas do terceiro ciclo não há um único professor de inglês”.

André Pestana falou ainda do comentário de Marques Mendes na SIC para dizer que apresentou “factos falsos quando disse que em média, segundo um estudo da OCDE (ou então o estudo está errado), um professor com 15 anos de serviço recebia 41 mil euros por ano”. “Nem metade”, afirmou o dirigente do Stop, sublinhando que há “uma tentativa de caluniar” a greve que os profissionais da Educação estão a levar a cabo, para que a sociedade não perceba os motivos da mesma.

“O verdadeiro motivo que nos leva à luta é exigir uma escola pública de excelência para os vossos filhos e para os vossos netos”, disse, acrescentando que “o que tem destruído a escola pública não são as greves, mas as políticas educativas que desvalorizaram tanto mas tanto quem trabalha nas escolas que neste momento temos falta de profissionais o que prejudica os vossos filhos e os vossos netos”.

No fim das declarações incentivou a que todos participem na manifestação, no dia 22 de Setembro, às 14 horas, à frente da Presidência do Conselho de Ministros. “Já ficou evidente que não é o ministro da Educação que decide. Temos de pressionar o ministro das Finanças e o primeiro-ministro.”

“Não é uma luta cooperativa. Estamos a exigir o melhor para os vossos filhos e para os vossos netos. Chegou a hora de exigir respeito. Tem de ser este ano. Temos crescimento económico e uma receita fiscal extra de mais de dois mil milhões de euros.”

Os professores e trabalhadores das escolas iniciaram esta segunda-feira uma semana de greve, convocada pelo Stop, pela recuperação dos seis anos, seis meses e 23 dias de tempo de serviço congelado e por outras injustiças como o facto de haver docentes prejudicados pelas regras do regime de mobilidade por doença e pelas condições dos professores em regime de monodocência, do primeiro ciclo.

O sindicato sublinha também a falta de assistentes técnicos e operacionais nas escolas e as condições de trabalho precárias dos existentes. Esta greve coincide com o arranque do ano lectivo em que cerca de 1,3 milhões de alunos começam hoje a primeira semana efectiva de aulas.

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