O Animal de Cláudia Vieira: “Não consigo imaginar a minha vida sem animais”

Conhecê-los é conhecer a relação que têm com os animais. A “pachorrenta” Caya, chegou para fazer companhia ao outro cão de Cláudia Vieira. “Acho que ele não ficou tão feliz como achávamos.”

Foto
Cláudia Vieira com os cães Yoshi e Caya Cláudia Vieira
Ouça este artigo
00:00
03:58

"Como vivia numa quinta, sempre tive cães e gatos. Tive sempre uma ligação bem maior com cães, no entanto, nunca tinha tido uma relação tão próxima, 'tão cães de casa', como quando o Yoshi, e mais tarde a Caya, chegaram às nossas vidas. São, sem dúvida, elementos da família.

A Caya chegou por sabermos que a esperança média de vida de um golden retriever não é muito longa e embora o Yoshi, o nosso golden que, entretanto, morreu estivesse óptimo, já estava a ficar velhote. Na altura, nem sabia como iria lidar com a partida dele e pensei que poderia até ganhar medo de ter outro cão tão depressa, por isso, foi o João que a foi buscar a Alcácer do Sal.

Queria já ter um cão quando o Yoshi se fosse e também para um cão jovem puxar pelo 'velhote”'. O Yoshi, que passava muito tempo em casa, passou a ter companhia (se bem que a Caya era tão agitada quando era pequena que acabou por ser uma agitação na vida dele). Acho que ele não ficou tão feliz como nós achávamos que iria ficar.

A Caya é muito pachorrenta, meiga, molenga, só faz o que quer. É muito doce e meiga, tem um olhar superternurento e também é um pouco 'lapa'. Acima de tudo uma curiosa e muito boa companheira.

Acompanha-nos muito quando temos dias de passeio, principalmente ao ar livre. Mesmo nos dias em que vamos para a praia no Inverno, que é um hábito nosso, levamo-la sempre que conseguimos. O passeio diário é sempre na zona da nossa casa, umas vezes com voltas mais curtas, outras com voltas maiores. Das brincadeiras, adora paus e, talvez por andar habitualmente sem trela, fica louca quando temos uma na mão e começa a puxá-la. Já o Yoshi tinha 'uma pancada' por bolas.

A parte mais caricata foi quando ela chegou e veio com aquela energia de cachorrinha. Queria conhecer os cantos à casa e do outro lado havia uma atitude mais defensiva do Yoshi, quase a dizer 'esta casa é minha, portanto, vê lá por onde vais pisar', a tentar pô-la no sítio. Depois há outras coisas, como o facto de estar muito habituada a crianças, porque cresceu com a Maria e a Caetana, que tem agora três anos. Habituou-se a ter a Caetana em cima dela, por isso, deixa-a fazer tudo e mais alguma coisa e uma das coisas que faz sempre quando uma criança se aproxima dela é quase deitar-se com a barriga para o ar à espera de mimos e de atenção.

O abandono dos animais é das coisas que mais mexe comigo, que mais me provoca angústia e irritação. As condições em que muitos vivem, o facto de viverem acorrentados ou limitados a espaços muito pequenos para as necessidades que têm e para as dimensões que tem. Também me preocupa a ausência de consciência por parte de muitas pessoas quando adoptam ou compram um animal. Passam a ser uma responsabilidade deles, têm de lhe dar todas as condições de vida, desde a alimentação, às idas à rua e ao veterinário, bem como a vacinação e desparasitação, banhos e mais alguma coisa. Ter isso em atenção é essencial e é muitas vezes negligenciado por pessoas que gostam ou que julgam que gostam de animais, por isso, ainda há muita coisa a mudar.

No meu caso, não consigo imaginar a minha vida sem ter animais por perto. O maior conselho que posso dar a quem quiser ter um é que por mais trabalho que nos dêem, dão muito mais amor do que nós podemos imaginar. Claro que existe sacrifício: nem sempre nos apetece ir à rua, nem sempre está bom tempo, há despesas inerentes a ter um cão, é inevitável, mas a verdade é que a companhia, o amor, aquilo que representam na nossa vida, provoca-nos um bem-estar gigante. Ter um animal de estimação só nos traz coisas boas.

Se há amigos ou elementos da família que possam de alguma forma ficar com ele, se a pessoa for uns dias de férias, vai viajar, para estarem o mais acompanhados possível é óptimo. É importante percebermos os nossos horários, a nossa rotina e tentar adaptá-la aos nossos bichos, e sempre que possível dar uma volta com eles ou fazer-lhes companhia. É sempre melhor quando dividimos a responsabilidade do nosso animal com algum familiar ou amigo sem nunca nos esquecermos que somos nós os donos e somos nós que temos de nos chegar à frente."

Depoimento construído a partir de entrevista por email

Sugerir correcção
Comentar