Taxas Euribor sobem em todos os prazos e a de seis meses supera 4%
Em dia de decisão do Banco Central Europeu sobre taxas de juro, as Euribor a três e seis meses fixam novos máximos desde Novembro de 2008.
A poucas horas de se conhecer a decisão do Banco Central Europeu (BCE) sobre as taxas directoras, as taxas fixadas no mercado monetário, as Euribor, subiram em todos os prazos, com o prazo a seis meses a furar a barreira dos 4%. A avaliar pelo “salto” dado esta quinta-feira, parece que o mercado antecipou uma nova subida, de 0,25%, das taxas do BCE, numa altura em que também se esperava uma pausa no agravamento do custo do dinheiro.
De acordo com os dados divulgados pela Lusa, a Euribor a três e a seis meses renovaram novos máximos desde Novembro de 2008.
A contrastar com a “acalmia” das últimas sessões, a Euribor a 12 meses, actualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu para 4,159%, mais 0,047 pontos do que na quarta-feira. O máximo deste prazo, presente em cerca de 40% do stock de empréstimos à habitação, foi atingido nos 4,193% a 7 de Julho.
A taxa a seis meses subiu para 4,040%, mais 0,041 pontos do que na sessão anterior, uma subida diária considerável no prazo que está presente em cerca de 35% dos empréstimos a taxa variável.
A Euribor a três meses avançou menos, ficando-se por mais 0,022 pontos face à anterior sessão, para 3,867%.
Em Setembro, e até esta quarta-feira, as variações das taxas foram reduzidas face ao mês anterior. Assim, a média da Euribor a três meses estava em 3,806%, ligeiramente acima dos 3,78% da média total de Agosto. A média a seis meses atingia os 3,999%, muito próxima dos 3,994% anteriores, e a de 12 meses também estava muito colada à do mês anterior, ao ficar em 4,075%, apenas mais 0,002 pontos face a Agosto.
A decisão do BCE era aguardada com elevada expectativa, estando em cima da mesa dois cenários: ou subia a taxa, tendo em conta que a inflação na zona euro continua elevada; ou fazia uma pausa, tendo em conta os sinais de enfraquecimento da economia. Foi esta a opção do BCE.
A subida das taxas Euribor tem agravado de forma muito acentuada as prestações de quem tem empréstimos à habitação associados a estas taxas variáveis, um movimento que ainda se vai prolongar nos próximos meses.
As taxas Euribor começaram a subir no início de 2022, e de forma mais expressiva a partir do momento que a Rússia invadiu a Ucrânia, o que fez disparar a inflação, levando o BCE a subir as taxas de juros para a fazer descer.
Para apoiar as famílias com dificuldades em suportar os aumentos de juros, o Governo prometeu avançar, depois da reunião do BCE, com dois diplomas, que o ministro das Finanças garantiu esta quarta-feira que “terão impacto muito importante na vida de milhões de famílias portuguesas”. Em reunião com os parceiros sociais, o governante acrescentou ainda que o diploma relativo à renegociação de contratos “estabilizará, durante um período de dois anos, o valor das prestações”.