Maioria das unidades de alojamento local rende um mínimo de mil euros por mês

Para a maioria dos proprietários de alojamento local, as receitas provenientes desta actividade representam mais de 40% do rendimento do agregado familiar, conclui um estudo feito pela Nova SBE.

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O alojamento local representa uma fatia significativa dos rendimentos da maioria dos seus proprietários Matilde Fieschi
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Com mais de 45 anos, ensino superior concluído, menos de três propriedades em carteira e dependente em mais de 40% das receitas provenientes da exploração da actividade de alojamento local para fazer face às despesas do seu agregado familiar. Assim é o perfil da maioria dos proprietários de alojamento local (AL) em actividade em Portugal, que, na sua maioria, e em média, facturam um mínimo de mil euros por mês com cada unidade explorada.

Os dados constam um inquérito encomendado pela Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP) à Nova School of Business and Economics (SBE). O inquérito faz parte do estudo de impacto da actividade de AL em Portugal que a ALEP encomendou àquela faculdade, cujos resultados preliminares já tinham sido divulgados no passado mês de Junho. Alguns dos resultados definitivos do estudo, assinado pelos economistas Pedro Brinca, João Bernardo Duarte e João Pedro Ferreira, foram divulgados nesta terça-feira, embora a versão final do relatório ainda esteja por conhecer.

Realizado em Junho e com 1820 respostas consideradas válidas, o inquérito conclui que a larga maioria dos proprietários (81%) detém até três unidades de AL, enquanto 10% detém entre cinco e dez propriedades e 3% tem mais de dez unidades. Já em termos etários, a grande maioria dos inquiridos (73%) tinha mais de 45 anos, enquanto 21% tinha entre 35 e 44 anos e apenas 6% tinha até 34 anos. Ao mesmo tempo, 75% dos proprietários tem o ensino superior completo, com licenciatura, mestrado ou superior.

Quanto às receitas obtidas por via desta actividade, o estudo conclui que o AL representa uma fatia significativa dos rendimentos destes proprietários. Mais de metade dos inquiridos (58%) afirma que as receitas provenientes da exploração de unidades de AL representa mais de 40% do rendimento (excluindo os custos associados à actividade) do seu agregado familiar, havendo mesmo 16% para quem esta actividade representa a totalidade dos rendimentos.

O estudo apresenta, ainda, dados relativos à facturação média destes proprietários, revelando que, para a maioria destes, cada unidade representa uma receita mínima de mil euros por mês. Em concreto, a receita média anual de uma unidade de AL situa-se entre 12 mil e 20 mil euros para 25% dos inquiridos, entre 20 mil e 35 mil euros para 16% e em mais de 35 mil para 13% destes proprietários. No espectro oposto, 31% diz obter uma receita anual média entre os seis mil e os 12 mil euros com cada unidade de AL e 15% admite receber menos de seis mil euros por ano com cada unidade.

Os proprietários de AL foram, também, inquiridos quanto ao impacto sobre a sua actividade que poderá ter o Mais Habitação, pacote legislativo lançado pelo Governo para dar resposta à crise habitacional que inclui várias medidas destinadas a introduzir mudanças na actividade de AL.

À questão "se tiver de encerrar algumas unidades de AL por causa do programa Mais Habitação, qual o uso mais provável das unidades AL?", o arrendamento entre um a 12 meses para estrangeiros reúne o maior consenso, com perto de 60% dos inquiridos a afirmar que "concorda" com esta opção. Uma outra fatia significativa, em torno de 50%, diz concordar com a opção de manter o imóvel como casa de férias ou segunda habitação, mantendo-o fechado durante a maior parte do ano.

Em sentido contrário, a larga maioria dos inquiridos (perto de 80%) diz que "não concorda" com a opção de colocar o imóvel no arrendamento tradicional de longa duração, enquanto mais de 70% também rejeita a hipótese de arrendar a estudantes.

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