Rui Pinto reage a condenação: “Terei muito para dizer acerca desta decisão”
Autor do Football Leaks condenado a quatro anos de prisão em pena suspensa.
Rui Pinto reagiu, na noite desta segunda-feira, à condenação a quatro anos de prisão, com suspensão em igual período. Adiantando que tem "muito para dizer acerca desta decisão" no futuro, o hacker fez um apanhado geral da acusação, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
"Ouvi atentamente o resumo da sentença hoje proferida, e naturalmente há coisas que concordo, coisas que discordo, coisas pertinentes e coisas descabidas. Terei muito para dizer acerca desta decisão, mas não será hoje o dia. É um capítulo que se encerra, e a luta continuará", escreve o autor do Football Leaks.
O pirata informático foi sentenciado pelo crime de extorsão na forma de tentada, por três crimes de violação de correspondência na sua forma agravada e cinco crimes de acesso ilegítimo. A amnistia no âmbito da Jornada Mundial da Juventude abrangeu 68 crimes de acesso crimes de acesso indevido e 11 crimes de violação de correspondência, mas a magistrada deixou claro que o hacker seria condenado por estes crimes se não existisse este regime.
O tribunal decidiu ainda que o arguido terá de pagar várias indemnizações às pessoas e instituições que lesou, num total superior a 22 mil euros. A maior fatia vai para o advogado João Medeiros, que viu o seu correio electrónico devassado, com graves consequências para a sua vida pessoal e profissional.
O delito mais grave cometido pelo pirata informático foi ter tentado extorquir dinheiro ao fundo de investimento Doyen, com um plano conhecido e secundado pelo advogado Aníbal Pinto. Para parar de publicar no site Football Leaks documentos confidenciais da Doyen relacionados com passes de jogadores e empréstimos deste fundo de investimento aos clubes, o pirata informático chegou a exigir em 2015 a esta entidade uma verba entre meio milhão e um milhão de euros. Agora vai ter de a indemnizar em três mil euros.