PS perdeu quase metade das intenções de voto entre os jovens desde as legislativas

Em ano e meio, os socialistas viram encolher a sua base de apoio entre o eleitorado mais novo, na faixa entre os 18 e os 34 anos - aqueles que mais vão beneficiar das medidas agora anunciadas.

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O PS pode estar a perder eleitorado jovem Matilde Fieschi
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O PS perdeu praticamente metade das intenções de voto dos jovens entre os 18 e os 34 anos entre as legislativas de Janeiro do ano passado e Junho deste ano. Cruzando os dados de duas sondagens realizadas pelo Cesop - Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica, percebe-se que os socialistas viram as intenções de voto dessa faixa etária recuar dos 23% registados na semana antes das legislativas de 2022 para 13% em Junho deste ano.

Este recuo de apoio ao PS poderá explicar-se por uma deterioração da satisfação dos eleitores com a opção de voto que fizeram em Janeiro de 2022. Na sondagem de Junho deste ano, realizada entre os dias 1 e 21, com 2042 inquéritos válidos, foram os eleitores do PS que se mostraram mais insatisfeitos com essa decisão. Mais de metade (54%) disse estar nada satisfeito (8%) ou pouco satisfeito (46%) por ter votado no PS. Um descontentamento que, porventura, abrange também o eleitorado mais jovem, entre os 18 e os 34 anos, que é precisamente a faixa etária que mais vai beneficiar das medidas agora anunciadas por António Costa (que constarão do OE2024) de devolução das propinas do ensino superior público e de alargamento dos benefícios no IRS até aos cinco primeiros anos de trabalho.

Na caracterização do eleitorado que tem intenção de votar à direita e no PS, a sondagem de Junho deste ano mostra que o partido com o eleitorado mais jovem é a Iniciativa Liberal: 51% dos seus eleitores estão na faixa 18/34 anos, mas tem grande dificuldade em entrar no eleitorado mais idoso, registando apenas 5% acima dos 65 anos.

O PS está no ponto oposto: actualmente, apenas 13% do seu eleitorado tem entre 18 e 34 anos, 48% estão na faixa 35 a 64 anos e os restantes 39% têm acima de 65 anos. O que explica também o esforço do Governo socialista em aumentar as reformas e pensões. O retrato do eleitor social-democrata é parecido, mas consegue mais sucesso entre os mais novos: um quinto dos seus eleitores tem menos de 35 anos, metade (51%) tem idades entre os 35 e os 64 anos, e 29% são idosos.

Já o Chega tem no segmento 35/64 anos a grande maioria do seu eleitorado (62%) e igual sucesso entre os jovens e os idosos (19% em cada).

Estando o nível de escolaridade fortemente relacionado com a idade, é normal que a IL não tenha expressão entre as pessoas menos escolarizadas (as mais idosas) e dois terços dos seus eleitores tenham formação superior. O Chega é mais forte (44%) entre quem tem formação no secundário. Os socialistas têm maior peso (43%) nos menos escolarizados (até ao 3.º ciclo, isto é, o 9.º ano), um quarto dos eleitores completaram o secundário e um terço tem formação superior. Os sociais-democratas são o contrário dos socialistas: têm mais universitários (46%), o mesmo quarto de formação secundária e 29% até ao terceiro ciclo.

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