Covid-19. Máscaras regressam aos hospitais de Santa Maria e Pulido Valente

Aumento do número de casos com covid-19 levou o departamento do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte (CHULN) que tem a cargo o controlo de infecções a emitir novas recomendações.

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Os hospitais de Santa Maria e Pulido Valente que pertencem ao Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte (CHULN) Diego Nery
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Desde o dia 1 de Setembro que nos hospitais de Santa Maria e Pulido Valente que pertencem ao Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte (CHULN) voltou a ser obrigatório usar máscaras nas visitas aos doentes e nos internamentos, segundo noticiou a CNN Portugal.

O aumento do número de casos com covid-19 levou o departamento do CHULN que tem a cargo o controlo de infecções a emitir novas recomendações.​

Segundo um documento interno que a CNN Portugal teve acesso, o departamento do CHULN que tem a cargo o controlo de infecções emitiu as seguintes recomendações: “Os familiares e outras visitas aos doentes devem usar sempre máscara; é preciso reforçar a necessidade de se tomarem medidas de higiene das mãos; os profissionais de saúde das áreas clínicas com internamento devem usar protecção facial aos prestar cuidados de saúde e é aconselhado que todos reforcem o “cumprimento das precauções básicas com principal incidência na etiqueta respiratória”.

Outra das indicações diz respeito ao número de visitas, sendo aconselhável que o "número de visitas seja no máximo duas por dia, não devendo permanecer junto ao doente internado mais do que um visitante de cada vez".

Os últimos dados da Direcção-Geral da Saúde, segundo a CNN Portugal, revelam um aumento do número de casos depois da Jornada Mundial da Juventude. A 1 de Agosto – data do início das jornadas – o número de casos registados foi de 258, mas a 7 de Agosto, subiu para 406. Desde então, a 14 de Agosto os casos positivos de SARS-CoV-2 eram já de 526 e a 17 do mesmo mês, isto é, uma semana depois, o número de infectados atingiu os 633.

DGS defende que uso de máscara deve ser decidido por cada hospital

A Direção Geral de Saúde (DGS) defendeu esta quarta-feira que o uso de máscaras de protecção deve ser decidido por cada hospital, perante a evolução dos casos de covid-19 em cada unidade e para proteger os mais frágeis.

O director do Programa de Prevenção e Controlo de Infecções e de Resistências a Antimicrobianos (PPCIRA) da DGS, José Artur Paiva, explicou que cada unidade de saúde tem a sua unidade local do PPCIRA e, como tal, a decisão do centro hospitalar "é perfeitamente normal", no âmbito de "uma medida com sensatez associada à situação específica do hospital em causa".

Para a DSG, o enfoque deve ser "em dois vectores essenciais": a protecção dos mais frágeis e a responsabilização dos cidadãos. "O SARS-CoV-2 não foi embora" e caracteriza-se agora por "uma situação de endemia, com flutuações no grau de incidência, como os outros vírus respiratórios, vírus da constipação da gripe, etc".

Nesta altura, a doença está numa fase de transmissibilidade "um pouco maior" face à entrada de uma nova variante mais transmissível, mas sem aumento da gravidade dos casos, salientou.

José Artur Paiva explicou que se deve proteger "os mais frágeis" - "e o doente hospitalar é um doente fragilizado numa grande parte dos casos" -, porque o vírus SARS-CoV-2, que provoca a covid-19, tem um "grau mais moderado a grave de expressão nos mais idosos e naqueles que têm doenças que debilitam o sistema imunitário".

Por outro lado, os cidadãos devem ter a responsabilidade de usar máscara quando tem sintomas respiratórios, como espirros, tosse, dor de garganta, para evitar a transmissão de vírus respiratórios a outras pessoas.

"Dentro destes princípios, cada unidade local PPCIRA deve fazer a adaptação à evolução dos seus casos e, portanto, se o Santa Maria verificou um aumento do número de casos, parece-nos claramente sensato que, pela protecção dos mais fracos, tenha decidido que, junto aos doentes, os profissionais de saúde e as visitas estejam com máscaras", sublinhou.

Questionado se estes princípios também devem ser aplicados nos lares, José Artur Paiva afirmou que sim, perante situações locais de aumento da incidência da doença. "Temos de perceber que estamos num ambiente de normalidade social, portanto, não há nenhuma situação de alarme. Não há nenhuma detecção de aumento do número de casos graves ou de hospitalizações devido à covid e, portanto, não há nenhuma razão para voltarmos ao uso generalizado da máscara", mas face a situações locais de aumento da incidência e de pessoas de especial fragilidade, o contacto deve ser feito com máscaras, defendeu.

O médico sustentou que, se há aumento de casos numa determinada região ou num lar, "é uma ideia de sensatez" adoptar estas "duas filosofias de comportamentos" que são fundamentais e que permitem tomar decisões locais.