Subida dos combustíveis voltou a agravar a inflação em Agosto

Taxa de inflação estava nos 3,1% em Julho e acelerou para 3,7% em Agosto.

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O índice de preços dos produtos energéticos passou de -14,9% para -6,5% Nuno Ferreira Santos
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Depois de nove meses em queda, a taxa de inflação em Portugal inverteu essa tendência em Agosto e acelerou para 3,7%, de acordo com uma primeira estimativa divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os 3,7% correspondem à variação do índice de preços face a Agosto do ano passado e representa um agravamento face à diferença que se verificava em Julho (3,1%) quando se comparava o índice relativamente ao período homólogo.

“Esta aceleração é essencialmente explicada pelo aumento de preços registado nos combustíveis”, enquadra o INE.

Depois de atingir um pico de 10,1% em Outubro, a taxa de inflação vinha a descer de mês para mês, tendo ficado já abaixo de 5% em Maio e continuou a recuar nos meses seguintes, primeiro para 3,4% em Junho e para aqueles 3,1% em Julho, mas agora essa tendência já não se repetiu.

“O indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) terá registado uma variação de 4,5% (4,7% no mês precedente)”, refere o INE.

A variação mensal do índice de preços dos produtos energéticos, entre Julho e Agosto, foi de 4,4%. E, como resultado desse aumento, a variação homóloga (face a Agosto de 2022) “ter-se-á fixado em -6,5% (-14,9% no mês precedente)”, o que representa já uma diferença menor nos preços em termos homólogos do que aquela que se registou em Julho.

Os preços da gasolina e do gasóleo registaram uma tendência de aumento em Agosto em relação ao mês anterior. Na gasolina simples, o custo por litro era de 1,74 euros a 30 de Julho e, depois das subidas semanais, estava no final de Agosto, dia 30, nos 1,87 euros; o preço do gasóleo simples estava nos 1,73 euros, quando um mês antes o valor por litro era de 1,56 euros.

Nos produtos alimentares transformados, a inflação foi de 6,5%, o mesmo acontecendo com os produtos alimentares não transformados.

Inflação de 5,3% na zona euro

Para efeitos comparativos com os parceiros europeus, a inflação portuguesa é (pelo índice harmonizado de preços no consumidor) de 5,3%, superior aos 4,3% de Julho.

Na zona euro, a inflação manteve-se ao mesmo nível do mês anterior, continuando nos 5,3%, o mesmo valor que é estimado para Portugal. Excluindo os produtos energéticos, a inflação nos países que partilham a moeda única é de 6,3%. Entre as principais economias, a taxa é superior à média nas três maiores (é de 6,4% na Alemanha, de 5,7% em França, de 5,5% em Itália), estando apenas na quarta maior economia (Espanha, com 2,4%) mais próximo do objectivo de controlo da inflação que o BCE tem para o conjunto da zona euro. A Bélgica está igualmente com uma inflação de 2,4%, Chipre com 3%, os Países Baixos e a Finlândia com 3,4%.

Do lado oposto, com as taxas mais elevadas, encontram-se a Eslováquia (9,6%), a Croácia (8,5%), a Áustria (7,6%) e a Lituânia (6,4%), esta última com um valor semelhante ao que se regista na Alemanha.

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