CDS acusa PS de querer “mercenários estrangeiros” nas Forças Armadas
Para o partido de Nuno Melo, o modelo de recrutamento das Forças Armadas deve ser revisto e “assente em valores e ligações identitários”.
O CDS "discorda frontalmente" da intenção do PS de "reflectir" sobre o recrutamento de cidadãos estrangeiros para as Forças Armadas, de forma a compensar a falta de efectivos, acusando os socialistas de quererem tornar as Forças Armadas "grupos de mercenários estrangeiros pagos".
Na sexta-feira, o Expresso noticiou que, embora a ministra da Defesa considere que a hipótese de recrutamento de estrangeiros para as Forças Armadas “não deve ser equacionada”, os socialistas estão "abertos a que essa reflexão se possa realizar no futuro". A mesma publicação recorda que, no ano passado, o próprio Presidente da República admitiu tal possibilidade.
Em reacção, numa nota enviada este sábado à comunicação social, o partido de Nuno Melo rejeita a "ideia de as Forças Armadas serem transformadas em grupos de mercenários estrangeiros pagos, apenas porque o PS, no Governo, não tem a capacidade de fazer da vida militar uma opção de vida atractiva para os jovens portugueses".
Para os centristas, "o Governo PS despreza o significado das Forças Armadas" e "é o principal responsável pelo baixíssimo nível de efectivos militares que existem actualmente", já que "desinvestiu premeditadamente nas Forças Armadas ao nível das carreiras, dos quadros e dos equipamentos".
O CDS defende, por isso, que "há muito deveriam ter ocorrido remodelações governamentais nesta e noutras áreas de soberania" e que se faça uma "revisão do modelo de recrutamento assente em valores e ligações identitários".
"Evidentemente, se os actuais modelos de recrutamento testados desde 2015 não funcionam, ou são insuficientes, torna-se necessário alterar os seus termos, de forma, ainda assim, totalmente incompatível com a 'mercenarização' do conceito", vinca.
O partido aproveita ainda para insistir na "criação de um serviço militar facultativo" e de protocolos com as Forças Armadas para a formação de jovens em internamento "na sequência de decisões judiciais" e em incluir as Forças Armadas nas "opções de carreira e recrutamento" dos centros de emprego.