Dívida dos particulares, empresas e Estado sobe 12.900 milhões no semestre

Endividamento de todo o sector não financeiro da economia portuguesa correspondia a 320% do PIB no final do primeiro semestre, uma descida face aos 331,9% de final de 2022.

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O nível de endividamento das empresas aumentou cerca de 100 milhões no primeiro semestre nelson garrido
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O nível de endividamento do sector não financeiro da economia portuguesa – dos particulares, das empresas e das administrações públicas – aumentou em termos nominais nos primeiros seis meses do ano, mas, mesmo assim, caiu para um valor equivalente a 320,3% do Produto Interno Bruto (PIB), baixando 11,6 pontos percentuais em relação ao final do ano passado, altura em que o montante da dívida correspondia a 331,9% do PIB.

As estatísticas periódicas divulgadas nesta quarta-feira pelo Banco de Portugal apontam para uma redução da dimensão da dívida medida pelo rácio do PIB, apesar de, em termos nominais, se registar um aumento do valor em 12.900 milhões de euros, para 806.941 milhões.

O que explica esta evolução em sentido contrário entre os valores nominais e a medição em percentagem do PIB? O facto de o crescimento da economia ter sido maior do que o grau de endividamento, explica o banco central.

“Quer o endividamento do sector público quer o endividamento do sector privado, em rácio do PIB, diminuíram de 146,9% para 144,8%, e de 185,0% para 175,4%, respectivamente”, refere o Banco de Portugal.

Dos 806.941 milhões totais, 442 mil milhões “respeitavam ao sector privado” (290.311 milhões de empresas privadas e 151.707 milhões de cidadãos particulares) e 364.923 milhões de euros referem-se ao sector público (das administrações públicas e das empresas públicas).

Olhando para o sector público, verifica-se que houve um aumento do nível de endividamento nominal na ordem dos 13.400 milhões de euros, acréscimo que se deve sobretudo ao investimento que os particulares fizeram em Certificados de Aforro ao longo dos últimos meses (instrumento de dívida pública que tem sido procurado pelos cidadãos em alternativa à colocação de poupanças na banca comercial, dadas as baixas taxas de juro praticadas pelas instituições financeiras no momento actual de subida dos custos de financiamento) e junto das administrações públicas.

Em contrapartida, explica o banco central, o endividamento do sector público junto do exterior diminuiu 4300 milhões de euros.

Já o endividamento do sector privado registou uma quebra nominal de 600 milhões de euros, com a dívida dos particulares a cair 700 milhões (“essencialmente junto do sector financeiro”) e, em sentido oposto, o endividamento das empresas privadas aumentou cerca de 100 milhões de euros (300 milhões “perante o sector financeiro, que foi parcialmente compensado por uma redução” de 200 milhões junto dos particulares), refere o BdP.

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