PS defende Mais Habitação com ataques à direita “neoliberal” e à esquerda “estatizante”

João Torres, secretário-geral adjunto do PS, insistiu que este pacote é um complemento à “reforma estrutural” do Governo para a Habitação, que está a ser posta em prática desde 2016.

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João Torres, secretário-geral adjunto do PS Daniel Rocha
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João Torres, secretário-geral adjunto do PS, reiterou esta terça-feira os argumentos que o partido e o Governo têm utilizado para defender o pacote Mais Habitação face ao veto presidencial: com ataques à direita “neoliberal” e à esquerda “estatizante”, defendendo as medidas vetadas como equilibradas e afirmando não haver uma “bala de prata” para resolver o problema da Habitação. João Torres sublinhou ainda que este programa representa um apoio conjuntural às medidas estruturais do Governo para a Habitação, em marcha desde 2016.

Para defender o pacote Mais Habitação, o número dois do PS ataca a direita e a sua esquerda: “Temos sido um ponto de equilíbrio entre uma visão neoliberal à direita e excessivamente estatizante à esquerda do PS”, disse João Torres, na manhã desta terça-feira numa declaração política em Lisboa. Na segunda-feira, Eurico Brilhante Dias, líder do grupo parlamentar do PS, em resposta ao veto presidencial, havia dito o mesmo: que a proposta do PS representa o "equilíbrio" entre o "radicalismo de mercado da direita" e o "radicalismo de estatismo da esquerda".

E o fenómeno de repetição discursiva do PS não se fica por aqui: na mesma intervenção, de manhã, Brilhantes Dias notou não haver uma “bala de prata” para resolver o problema da Habitação; à tarde, Marina Gonçalves, ministra dessa pasta, disse o mesmo; e esta terça-feira, de manhã, João Torres repetiu o argumento.

De resto, na conferência de imprensa desta terça-feira, Torres não acrescentou muito ao que a ministra Gonçalves da Habitação disse. Em suma, insistiu que este pacote é um complemento à “reforma estrutural” do Governo para a Habitação — e não a sua substituição —, que está a ser posta em prática desde 2016.

“O PS (…) tem em curso uma ambiciosa reforma que começou a desenhar e conceber trazendo todos para este debate no início do seu momento governativo”, disse João Torres, enumerando depois algumas das medidas em curso “que já estão em vigor”, como os programas de arrendamento. Quanto às demais — ou seja, as agora vetadas pelos Presidente da República —, pede Torres que “entrem em vigor com o maior sentido de urgência”.

Em resposta às críticas do líder do PSD que considera a confirmação do diploma um "crime político" e que o primeiro-ministro perdeu a noção de "urgência" , Torres disse apenas que “para o PS é urgente continuar a encontrar respostas e a colocar em execução as respostas adicionais que complementem” a reforma na Habitação.

Esta segunda-feira, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, vetou politicamente o programa Mais Habitação aprovado na Assembleia da República. Entretanto, tanto o PS como o Governo afirmaram que manterão as suas posições e, por isso, o primeiro irá, no Parlamento, confirmar o diploma conforme está.

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