Em São Jacinto, as dunas são quem mais ordena

Protegidas numa reserva natural, as dunas dão o nome a um festival que vai do mar à ria, juntando música, desporto e actividades de sensibilização ambiental.

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Dunas de São Jacinto dão nome a um festival ADRIANO MIRANDA
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A natureza foi generosa com São Jacinto, praia do município de Aveiro que está plantada no extremo de uma península, deixando para o homem a simples — mas nem sempre bem conseguida —​ tarefa de preservar. É neste recanto entre o mar e a ria que mora uma área protegida de 960 hectares, parte dos quais, cerca de 200, em espaço marítimo. A Reserva Natural das Dunas de São Jacinto está de portas abertas a todos aqueles que procuram aprender um pouco mais sobre biodiversidade, ao mesmo tempo que recebem uma boa dose de ar puro. Nos próximos dias 25, 26 e 27, o apelo para partir à sua descoberta é ainda maior: é por ali que decorrem algumas actividades do Festival Dunas de São Jacinto, evento que vai muito para além dos concertos, fazendo das acções de valorização ambiental uma das suas bandeiras.

Entre as várias propostas direccionadas para as famílias e crianças, saltam à vista as iniciativas dedicadas a esta área protegida criada em 1979 e que dá guarida a inúmeras espécies de animais e de vegetais. Ficam apenas alguns exemplos no que toca à fauna: garças, mergulhões, patos-reais ou andorinha-do-mar-comum, assim como alguns mamíferos, como a raposa e a geneta. Ao nível da vegetação, a variedade de espécies também é grande, até porque esta área protegida, tal como o nome indica, é feita de uma zona de dunas (e na qual proliferam espécies espontâneas como o estorno, o cardo-marítimo e o narciso-das-areias) e outra de floresta (com pinheiro-bravo, choupo-negro, amieiro, samouco, entre outras).

Com ou sem festival, toda esta riqueza natural pode ser descoberta ao longo de uma caminhada no trilho da reserva. Pode percorrê-lo livremente — seguindo as normas, claro está, e respeitando o ambiente —​ ou recorrendo a uma visita guiada. Esta última está sujeita ao pagamento de uma taxa (21,10 euros por hora e por grupo, nos dias úteis, e 41,90 euros aos fins-de-semana e feriados) e carece de reserva prévia. São 2,2 quilómetros de extensão, com ponto de partida no centro interpretativo e centro de acolhimento inaugurado há poucos anos, e paragem obrigatória num observatório de aves —​ a reserva está aberta das 9h às 12h e das 13h30 às 17h (para fazer o trilho terá de entrar até às 15h).

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Para os que conseguirem fazer coincidir a visita com os dias de festival, o melhor será aproveitar os convites criados propositadamente para este evento anual. No dia 25, por exemplo, há uma proposta para ir observar e conhecer as plantas; no dia seguinte, as atenções viram-se para os “agentes secretos da polinização” — as inscrições podem ser feitas no site do festival.

Uma praia cheia de boas ondas

Em tempo de veraneio, a praia tem de fazer parte dos planos, ainda para mais quando está em causa um areal tão limpo e um mar cheio de (boas) ondas. Não é por acaso que a praia de São Jacinto é tão procurada para a prática de surf — tem, inclusive, um centro de alto rendimento — e especialmente recomendada para aqueles que recusam estender a toalha num areal apinhado de gente.

É que, como qualquer tesouro que se preze, São Jacinto não está à mão de semear. É preciso apanhar um ferryboat para lá chegar — a travessia é feita a partir do Forte da Barra, na Gafanha da Nazaré — ou seguir pela estrada fora em direcção a Ovar ou à Torreira, até alcançar São Jacinto. A viagem fica facilitada durante os dias de festival: será disponibilizado um circuito especial de travessias fluviais.

Pedro Abrunhosa é cabeça de cartaz

Festival que se preze aposta forte no cartaz de concertos e o Dunas de São Jacinto não foge à regra. Pedro Abrunhosa, Irma, The Black Mamba e Mimicat são os artistas que irão passar pelo palco instalado nas imediações da Rua de Carlos Roeder. A primeira noite (sexta-feira) estará por conta de Irma e The Black Mamba e, no sábado, será a vez de Mimicat animar a noite do Dunas —​ ambos os concertos terão início às 22h. O fecho, no domingo, pelas 18h, estará por conta de Pedro Abrunhosa.

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Fly-In Dunas: Na baía a ver os aviões

O Prio Air Show é já uma das imagens de marca deste festival de Verão e, este ano, volta a pôr o público a olhar para o céu. Diversos pilotos e aeronaves portuguesas e estrangeiras prometem agitar a tarde de sábado, na baía de São Jacinto, com uma demonstração de voos acrobáticos. No domingo, há mais aeronaves para ver, desta vez em terra. Por causa do Fly-In Dunas, mais de 70 aeronaves ultraleves vão aterrar na pista do Regimento de Infantaria n.º 10, onde poderão ser visitadas durante a tarde do último dia de festival.

Ajudar os Patrulheiros da Costa

A defesa do ambiente vai ser levada muito a sério, durante os três de festival, pelos Patrulheiros da Costa, “brigada” dinamizada pela Associação Patrulheiros. Vão andar por São Jacinto a incentivar a preservação e limpeza daquela praia e freguesia e, simultaneamente, a sensibilizar para a utilização de meios de transporte suaves. Tu Reciclas, Vais à Borla é uma das acções previstas, oferecendo a utilização grátis de bicicletas para todos aqueles que contribuírem para a recolha de lixo. Também estão previstas avaliações práticas de bicicletas eléctricas e cargo bikes, entre outras actividades.

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