Polónia será protagonista do alargamento da UE e reconstrução da Ucrânia, diz Marcelo

Em Varsóvia, onde começa amanhã uma visita de Estado, o Presidente da República admitiu ir a Kiev caso haja condições de segurança.

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Marcelo não descartou a possibilidade de ir à Ucrânia LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O Presidente da República defendeu este domingo, em Varsóvia, que a Polónia vai ser um "protagonista fundamental" no alargamento da União Europeia (UE) no futuro e na reconstrução da Ucrânia depois da guerra.

"Tudo o que se passar na Europa em termos de alargamento passa-se com a deslocação do centro para leste e a Polónia será sempre um protagonista fundamental na reconstrução da Ucrânia, como no peso que terá um conjunto de países de Leste no funcionamento da UE", sustentou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado falava à chegada a Varsóvia para uma visita oficial de dois dias, que incluirá um encontro com o homólogo polaco, Andrzej Duda, e a comunidade portuguesa.

O Presidente da República recordou que "tudo o que se passa na Ucrânia tem uma repercussão brutal na Polónia", já que são países vizinhos, e que a Polónia "é o país que tem mais - milhões - de ucranianos migrados por causa da guerra e uma parte considerável poderá ficar".

Questionado pelos jornalistas sobre uma possível visita à Ucrânia, reconheceu que "gostaria muito" de ir e encontrar-se com Zelensky, aproveitando a proximidade geográfica, mas apelou à paciência porque ainda é impossível saber se há condições para ir.

"Gostaria [de ir] no sentido em que há um convite feito há muitíssimo tempo do Presidente Zelensky. É evidente que gostaria muito de ter essa oportunidade, até porque o relacionamento com o Presidente ucraniano foi, desde o momento em que ele foi eleito, muito bom", disse.

O chefe de Estado recordou que quando o primeiro-ministro, António Costa, viajou até Kiev para encontrar-se com Volodymyr Zelensky, em Maio de 2022, o Presidente da República recorreu a uma "expressão muito vaga e genérica".

"Ele [António Costa] tinha um compromisso em países vizinhos e eu disse: "Não sei se haverá condições para se deslocar à Ucrânia"", completou, retorquindo que "é mais fácil ir à Ucrânia estando em países próximos", como é o caso com esta visita à Polónia, país que faz fronteira com o território ucraniano.

Contudo, o chefe de Estado rejeitou ir mais longe na especulação sobre uma possível visita "por razões de segurança".

"Se a questão se colocasse aqui era também uma questão de paciência (...), exige um bocadinho mais de paciência saber se há condições", completou, recordando que ficou estabelecido que entre as altas figuras do Estado português, o Presidente da República "ficaria para o fim".

O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, visitou Kiev em Maio deste ano.

O convite feito a Marcelo Rebelo de Sousa pelo homólogo ucraniano foi feito ainda em 2022, pela altura da visita de António Costa.