Na semana a seguir à Jornada Mundial da Juventude casos de covid-19 mais do que triplicaram em Portugal

Números de casos podem ser consultados na página do Ministério da Saúde. Nova variante EG.5 também pode explicar progressão de casos que entretanto já começaram a diminuir.

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Perante a nova variante de covid-19, OMS pede aos países para manterem a vigilância Rui Gaudêncio
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Em Portugal, na última semana, os casos diários de covid-19 passaram de 126, no domingo 6 de Agosto, para 442, no dia 10. Este aumento corresponde a mais do triplo em cinco dias, embora o número de infecções registadas tenha começado a diminuir a partir da última sexta-feira, dia 11, e de forma muito acentuada, a partir de sábado, passando de 415 a 236 casos nesses dois dias, noticiou o Diário de Notícias.

O último registo disponível e consultado pelo PÚBLICO nesta terça-feira no site oficial da covid-19, do Ministério da Saúde, é do último domingo, dia 13, quando o balanço oficial atingiu o nível mais baixo de toda a semana anterior, com 196 casos.

Em declarações ao Diário de Notícias, Filipe Froes, pneumologista e ex-coordenador do Gabinete de Crise contra a covid-19 da Ordem dos Médicos, disse que este aumento pode explicar-se pelo surgimento da nova variante identificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a estirpe EG.5 do SARS-CoV-2, que se está a replicar rapidamente, mas também pelo evento que reuniu centenas de milhares de jovens em Lisboa, chegando mesmo ao milhão e meio nas datas mais simbólicas da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

Esta nova linhagem apareceu em Fevereiro deste ano e foi identificada em Portugal a meio de Julho. Devido a ela, o Comité de Peritos da OMS pediu aos países para estarem atentos e manterem a vigilância.

Relativamente ao pico que pode estar relacionado com os ajuntamentos de pessoas durante a JMJ, Filipe Froes ressalva que “a esmagadora maioria” dos participantes neste evento eram jovens e “não integravam os grupos de risco”, não havendo por isso preocupação.

Por outro lado, refere que esta nova linhagem vem demonstrar, entre outras coisas, que vai continuar a ser necessário “vacinar os grupos de risco sazonalmente”.

A OMS alertou na semana passada para a probabilidade de esta estirpe EG.5 do SARS-CoV-2, classificada de interesse, provocar “um aumento na incidência” de infecções e “tornar-se dominante em alguns países ou mesmo no mundo”.

E justifica o aviso pelo facto de esta variante apresentar “características que escapam aos anticorpos” e estar em “vantagem de crescimento”.

A OMS ressalva que, apesar destes factores e da “prevalência aumentada” da EG.5, não foram reportadas até à data alterações na gravidade da doença covid-19 (causada pelo SARS-CoV-2) e o risco para a saúde global que a variante representa é baixo.

Segundo a OMS, houve um “aumento considerável” de casos no mundo na semana de 17 a 23 de Julho, período em que a taxa de prevalência global da EG.5 subiu para 17,4% (quatro semanas antes, a prevalência situava-se em 7,6%).

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