Rússia disse ter impedido ataques ucranianos contra a Ponte da Crimeia

Este sábado houve uma onda de bombardeamentos com rockets e drones sobre alvos na península anexada pela Rússia em 2014.

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Ucrânia diz que atacar infra-estrutura militar russa é crucial para a sua contra-ofensiva Reuters/STRINGER

As forças ucranianas atacaram a Ponte da Crimeia e uma série de outros alvos não especificados na península da Crimeia este sábado, com um encadeamento de ataques com rockets e drones, mas não causaram quaisquer vítimas ou danos, segundo o Ministério da Defesa russo.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia prometeu retaliação pelo que qualificou de “ataque terrorista” contra a ponte da região anexada por Moscovo em 2014.

O Ministério da Defesa disse que a Ucrânia tentou, sem sucesso, atacar a ponte que atravessa o Estreito de Kerch com rockets S-200, forçando o seu encerramento temporário ao trânsito. Um novo ataque na tarde de sábado obrigou uma vez mais ao seu fecho.

A ponte de 19 quilómetros de comprimento, que liga a Crimeia à Rússia, tem sido alvo de vários ataques por parte das forças ucranianas desde que Moscovo lançou uma invasão em larga escala, a 24 de Fevereiro de 2022.

“O míssil ucraniano foi detectado com antecedência e foi interceptado ainda no ar pelos sistemas de defesa antiaérea russos. Não foram relatados danos ou baixas”, disse o Ministério da Defesa.

Num comunicado divulgado mais cedo no Telegram, o governador pró-russo da Crimeia, Sergei Aksionov, disse que dois rockets tinham sido abatidos pelas defesas antiaéreas próximas da ponte e também disse que a ponte não sofreu danos. Mais tarde, Aksionov comunicou um terceiro ataque contra a ponte, também sem sucesso.

“Obrigado às nossas forças de defesa aérea pelo seu alto nível de profissionalismo e vigilância”, escreveu no Telegram.

Imagens que pareciam mostrar a ponte coberta por fumo circularam nas redes sociais russas, mas a Reuters não conseguiu verificar a sua veracidade.

“Acções bárbaras”

A Ucrânia quase nunca reivindica publicamente a responsabilidade por ataques deste género, mas tem dito que destruir a infra-estrutura militar russa é fundamental para a sua contra-ofensiva.

A porta-voz do Ministério da Defesa russo, Maria Zakharova, condenou os ataques, dizendo que põe em risco a vida de inocentes, bem como a infra-estrutura civil. “Não pode haver qualquer justificação para acções bárbaras como esta, que não ficarão por responder”, escreveu no Telegram.

Entretanto, as forças russas destruíram 20 drones ucranianos lançados contra a península da Crimeia ao início do dia, disse o Ministério da Defesa russo. Não houve vítimas e nenhum dano foi reportado em resultado dos ataques. O ministério disse que 14 drones foram destruídos pelos sistemas de defesa antiaérea e seis pelos sistemas electrónicos.

A Reuters não conseguiu verificar de forma independente estas informações. Não é claro qual seria o alvo destes ataques.

Os ataques de drones em territórios controlados pela Rússia na Ucrânia e dentro do território russo têm aumentado desde que um drone foi abatido sobre o Kremlin, em Moscovo, em Maio.

A Ponte da Crimeia ficou muito danificada em Outubro na sequência de uma explosão poderosa que os dirigentes russos disseram ter sido causada por um camião que explodiu ao atravessar a ponte, matando três pessoas.

A SBU, a agência interna de informações ucraniana, reivindicou a operação de sabotagem.

A ponte, que é a única ligação directa entre a Rússia e a península, foi um projecto emblemático do Presidente Vladimir Putin, que a inaugurou com grande impacto em 2018.