Há lusodescendentes desaparecidos nos incêndios no Havai

Governo confirma que há lusodescendentes desaparecidos no arquipélago do Havai, mas que, até agora, “não regista” qualquer pedido de apoio de cidadãos com dupla nacionalidade ou lusodescentes.

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Pelo menos 80 pessoas morreram nos incêndios que atingiram a ilha norte-americana de Maui ETIENNE LAURENT/EPA
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Os fogos são os mais mortíferos e destruidores dos desastres ocorridos no Havai, desde o tsunami de 1960 ETIENNE LAURENT/EPA
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O Governo português garantiu estar a acompanhar a situação RICHARD OLSTEN/AIR MAUI HELICOPT/Reuters
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De acordo com as autoridades do condado de Maui, cerca de 1418 pessoas foram levadas para abrigos RICHARD OLSTEN/AIR MAUI HELICOPT/Reuters

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) confirmou este sábado que há lusodescendentes desaparecidos na sequência dos incêndios florestais no Havai, que provocaram a morte de pelo menos 80 pessoas. Ao início da noite de sábado, informou que, até agora, “não regista” qualquer pedido de apoio de cidadãos com dupla nacionalidade ou lusodescentes no Havai.

“Até ao momento, o Governo [local] ainda não publicou as listas de vítimas mortais, havendo, no entanto, conhecimento de membros de famílias lusodescendentes que se encontram desaparecidos”, adiantou, em resposta à agência Lusa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Entretanto, o MNE garantiu que, até agora, “não há pedidos de apoio” de nenhum cidadão com nacionalidade portuguesa.

O MNE esclarece ainda que a comunidade com herança portuguesa, “estimada em cerca de 100 mil pessoas”, é formada por descendentes da vaga migratória do final do século XIX que não têm nacionalidade portuguesa. Porém, admite que na lista de desaparecidos nos incêndios do Havai, já divulgada, “há nomes portugueses de famílias lusodescendentes que não são cidadãos nacionais”.

O Governo português garantiu estar a acompanhar a situação através do Consulado-Geral de Portugal em São Francisco, mantendo-se ainda em contacto com os líderes da comunidade portuguesa no Havai. De acordo com as autoridades do condado de Maui, cerca de 1418 pessoas foram levadas para abrigos.

Pelo menos 80 pessoas morreram nos incêndios que atingiram a ilha norte-americana de Maui, no arquipélago do Havai, segundo o mais recente balanço divulgado este sábado pelas autoridades locais.

Os fogos são os mais mortíferos e destruidores dos desastres ocorridos no Havai, desde o tsunami de 1960, que causou a morte a 61 pessoas. Estes incêndios são mesmo os mais mortais nos Estados Unidos desde o de 2018, em Camp Fire, no estado da Califórnia, que provocou 85 mortos e reduziu a cinzas a cidade de Paradise.

Os riscos da cidade de Lahaina quanto a incêndios eram conhecidos. O plano de mitigação do condado de Maui, actualizado em 2020, identificou Lahaina e outras comunidades na parte ocidental de Maui como tendo frequentes incêndios e um grande número de edifícios em risco de sofrerem estragos pelos fogos.