PCP insiste na aprovação de medidas para enfrentar aumento do custo de vida

A “especulação em torno dos preços” e o seu impacto na vida das pessoas e empresas “exige uma resposta”, diz Ricardo Costa. PCP desafia Governo a criar medidas para melhorar condições de vida.

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O PCP exige ainda "um aumento geral dos salários, reformas e pensões" Paulo Pimenta

O PCP voltou nesta sexta-feira a exigir ao Governo medidas para ajudar a população a enfrentar o aumento do custo de vida, considerando que a “propaganda sobre alegados sucessos macroeconómicos” choca com a realidade do dia-a-dia.

“A realidade vivida hoje por milhares de trabalhadores, reformados e pensionistas, a continuada perda de poder de compra resultante do aumento do custo de vida, exige medidas que de facto contrariem esta tendência de fazer cair sobre os que menos têm a factura resultante da especulação que está na origem da acumulação de lucros que se verifica”, lê-se no comunicado divulgado pelo partido.

Na nota enviada, lê-se que Ricardo Costa, membro da comissão política do comité central do PCP, considera que “a propaganda sobre alegados sucessos macroeconómicos confronta-se com a dura realidade de todos os dias da maioria da população”. “O festejado abrandamento da inflação não só não encontra correspondência com a descida dos preços, como prenuncia uma estimativa da inflação que pesará na continuada perda de poder de compra”, alerta.

Para Ricardo Costa, “a continuada especulação em torno dos preços, que se reflecte no aumento muito significativo dos lucros das principais empresas da energia”, bem como “os impactos desta situação na vida dos trabalhadores, dos reformados e das micro, pequenas e médias empresas exige uma resposta que a enfrente”.

O membro da comissão política alega que o PCP tem defendido uma resposta que tem em vista “a fixação dos preços, de margens máximas de lucros, o fim do chamado adicional ao ISP, o fim da dupla tributação do ISP em sede de IVA”.

Nesse sentido, o partido desafia o Governo a “criar as condições efectivas para alterar a realidade vivida pela população”. Ao mesmo tempo, exige “um aumento geral dos salários, reformas e pensões” que permita à população viver sem “o sufoco permanente” de fazer face “às dificuldades crescentes dia após dia”.

"A somar a uma já difícil situação por que estão a passar as famílias portuguesas com o aumento do custo de vida, seja por via do aumento dos bens essenciais, como a alimentação, seja dos custos com a habitação, regista-se nestes últimos dias uma subida acentuada do preço dos combustíveis, acompanhada do anúncio de novos aumentos para as próximas semanas”, lê-se ainda na nota enviada pelo partido.

Para o PCP, o aumento do preço dos alimentos, que “tem permitido uma colossal acumulação de lucros” às empresas de distribuição, exige “o controlo, fixação e redução dos preços” e, no que toca aos custos com habitação e a “subida sistemática dos juros”, deve ser “a banca a suportar com os seus lucros essa subida”.

“Uma medida tão mais justificada quando contrastando com as dificuldades de dezenas de milhares de famílias a braços com a dificuldade de suportar esses encargos à banca, que vê os seus lucros disparar, como o testemunham os cerca de 11 milhões de euros por dia que obteve no primeiro semestre do ano”, defende.