Inflação volta a acelerar em Espanha à boleia dos alimentos e combustíveis

A taxa de inflação homóloga em Espanha fixou-se em 2,3% em Julho, interrompendo uma série de descidas acentuadas verificadas nos meses anteriores.

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Pedro Sánchez, presidente do Governo espanhol EPA/MONCLOA/BORJA PUIG DE LA BELLACASA/HANDOUT
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A inflação voltou a acelerar em Espanha durante o mês de Julho, atingindo uma taxa homóloga de 2,3% e interrompendo, assim, a série de descidas acentuadas que vinham sendo registadas nos meses anteriores. O valor definitivo da taxa de inflação em Julho foi divulgado, nesta sexta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) espanhol, que confirma a estimativa inicial, publicada recentemente, de que a evolução dos preços teria registado novo agravamento no mês passado.

De acordo com os dados divulgados esta manhã pelo instituto espanhol, o índice de preços no consumidor (IPC) registou, em Julho, uma taxa de variação de 2,3% em relação ao mesmo mês do ano passado, um valor que fica 0,4 pontos percentuais acima da taxa de variação homóloga que tinha sido verificada em Junho, mês em que a inflação em Espanha ficou abaixo dos 2%, um dos valores mais baixos da União Europeia.

Este movimento acontece depois de uma série de descidas acentuadas da inflação que se registaram nos meses anteriores, numa altura em que Espanha se mantém, este ano, como um dos países da União Europeia onde a variação dos preços tem sido menos significativa. Isto num período em que a descida expressiva dos preços da energia e dos alimentos contribuiu para travar a inflação.

No mês passado, contudo, foi precisamente a componente de bens alimentares, bem como a de combustíveis e a inflação subjacente (indicador que não inclui os bens energéticos e alimentares), que mais contribuiu para a aceleração da inflação.

Segundo o INE, a taxa de variação homóloga dos alimentos e bebidas não alcoólicas fixou-se em 10,8% em Julho, mais 0,5 pontos percentuais do que no mês anterior. "Este comportamento deve-se aos preços das frutas e dos azeites e gorduras, que aumentaram em Julho de 2023, depois de terem baixado em Julho de 2022", justifica o mesmo organismo.

Os preços dos combustíveis e lubrificantes, por seu lado, aumentaram 2,2% no mês em análise, mantendo o mesmo ritmo de crescimento já registado no mês anterior.

Ao mesmo tempo, e naquela que é considerada a época alta do turismo espanhol, também este sector contribuiu para o aumento dos preços. Assim, o IPC aumentou 16% nos pacotes de viagens e outros 3,7% nos serviços de alojamento.

Já a inflação subjacente manteve-se em níveis elevados e aumentou de 5,9% em Junho para 6,2% em Julho, mantendo um diferencial de quase quatro pontos percentuais em relação à inflação geral.

Apesar do aumento agora registado, Espanha mantém-se como um dos países da União Europeia com a taxa mais baixa de inflação. Em Junho (último período para o qual o Eurostat já disponibiliza dados), só a Bélgica e o Luxemburgo apresentavam uma taxa de inflação homóloga mais baixa. Esta tendência poderá, ainda assim, inverter-se durante a segunda metade deste ano. Isto porque, na segunda metade de 2022, os preços caíram em Espanha, em grande parte devido às medidas fiscais adoptadas pelo Governo, pelo que, agora, haverá um efeito de base negativo que fará com que as variações homólogas possam aumentar.

Já a taxa de inflação em França registou um crescimento de 4,3% em Julho, menos duas décimas que em idêntico mês de 2022, e manteve-se estável em 0,2% face ao mês anterior, anunciou também sexta-feira o instituto de estatística francês.

O índice de preços no consumidor em França abrandou em Julho devido à desaceleração dos preços da energia e à queda dos preços dos alimentos e dos produtos manufacturados, esclarece o Instituto Nacional de Estatística e Estudos Económicos (INSEE).

A inflação subjacente também denotou um abrandamento no ritmo de crescimento, em termos homólogos, para 5% em Julho, depois dos 5,7% verificados em Junho deste ano.

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