Alexandre sobre Júlio Pomar. Como é que um filho escreve sobre o pai

Alexandre Pomar publicou um livro sobre Júlio Pomar. Propõe uma releitura da obra do pai, a existência de uma geração de artistas saída da II Guerra. É um novo realismo, mais do que um neo-realismo.

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Daniel Rocha
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Alexandre Pomar está arrependido das perguntas que não fez ao pai, Júlio Pomar (1926-2018), um dos mais influentes artistas portugueses do pós-guerra, que pintou presidentes da República e o povo português na sua labuta. Com a publicação de Júlio Pomar. Depois do Novo Realismo (Guerra & Paz), o filho, que durante um quarto de século, no jornal Expresso, foi um dos mais conhecidos críticos de artes plásticas nacionais, quer ajustar contas com alguma história de arte, porque há muito mais do que o Júlio neo-realista. Houve inúmeras fases e grandes mudanças, como a passagem de uma pintura quase abstracta dominada pela pincelada gestual a uma pintura pop de cores lisas. Houve também as colagens, as assemblages, muito ready-made. Erotismo, tigres, índios, literatura e mitologia e, claro, retratos, de Mário Soares às mulheres que amou. No seu período tardio, que começou nos anos 80, Alexandre Pomar, filho do primeiro casamento, juntamente com o seu irmão Vítor, também pintor, vê-o regressar à pincelada expressiva e a uma grande liberdade formal. Foi assim até ao fim, quando morreu aos 92 anos.

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