Concurso de acesso ao ensino superior encerra hoje com “números muito positivos”

Mais de 56 mil estudantes fizeram as suas escolhas, à falta de um dia para o final do prazo. Procura do sector vai continuar acima do período pré-pandemia.

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Jose Fernandes
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Um total de 56.434 estudantes fizeram as suas escolhas para o ingresso no ensino superior no próximo ano lectivo, quando faltava um dia para terminar o prazo da 1.ª fase do concurso nacional de acesso. Este número está ligeiramente abaixo do verificado no ano passado, mas continua a suplantar os máximos históricos que se verificavam antes da pandemia.

“São números muito positivos”, classifica o secretário de Estado do Ensino Superior, Pedro Nuno Teixeira, ao PÚBLICO, sobretudo num contexto em que o mercado de trabalho está “forte”, o que costuma ser um “factor de dissuasão” dos jovens no prosseguimento de estudos.

No final da primeira semana do concurso nacional de acesso, o número de candidatos estava a aumentar 6% face a igual período do ano passado, o que “surpreendeu” o governante. Na semana seguinte, o ritmo de apresentações das candidaturas diminuiu – o total de novas inscrições foi inferior em todos os dias face ao mesmo período do ano anterior. O resultado é, de qualquer das formas, “muito bom”, classifica.

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Os 56.434 candidatos registados até à meia-noite deste domingo no portal da Direcção-Geral do Ensino Superior significam uma diminuição de 2,9% face a igual período do ano passado. Os estudantes têm até à meia-noite desta segunda-feira para fazer as suas opções.

O último dia de candidaturas ao ensino superior é “tipicamente muito concorrido”, lembra Pedro Nuno Teixeira, sendo esperadas ainda cerca de 3000 submissões até ao final do prazo, o que deverá levar o total para próximo dos 60 mil estudantes, em linha com o registado nos últimos anos.

As regras de ingresso aplicadas na sequência da pandemia de covid-19, com os exames nacionais a deixarem de ser obrigatórios para a conclusão do ensino secundário e os alunos a terem de responder apenas às provas específicas exigidas pelos cursos em que querem entrar, contribuíram para este aumento, concordam especialistas e responsáveis das instituições de ensino superior.

Nos últimos três anos, o número de candidatos na 1.ª fase do concurso nacional de acesso esteve sempre acima dos 60 mil, tendo sido fixado um recorde de 63.878 estudantes em 2021. No ano passado, houve uma ligeira diminuição, mas o total de alunos que manifestaram intenção de entrar no ensino superior foi o terceiro mais alto de sempre: 61.835. Em 2019, o último ano antes da covid-19, concorreram 51.463 alunos.

Se esta tendência se mantiver, será “muito positivo” para o sector, defende o presidente da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior, Fontainhas Fernandes, contrariando não só uma tendência demográfica negativa, mas também os índices de emprego elevado, que costumam ser um chamariz que retira jovens do ensino. Este responsável associa esta tendência de aumento do número de candidatos aos resultados “globalmente positivos” nos exames nacionais do ensino secundário.

As médias da 1.ª fase das provas nacionais subiram nas disciplinas de Português e de Biologia e Geologia, ao passo que se registaram pequenas descidas a Matemática A e Física e Química – disciplina que, em 2022, subiu quase dois valores em relação ao ano anterior.

Os resultados das colocações são conhecidos no dia 27 de Agosto. Ao dispor dos candidatos está um total de 54.311 vagas — um novo máximo histórico —, depois de o Governo ter autorizado, já durante o mês de Julho, 11 novos cursos a entrarem em funcionamento no próximo ano lectivo.

​Na 1.ª fase do concurso nacional de acesso do ano passado garantiram lugar numa universidade ou politécnico públicos 49.806 estudantes. Foi o segundo número mais elevado de sempre, apenas superado por 2020.

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