JMJ: “Não nos podemos esquecer dos jovens cristãos que são perseguidos”

Num momento de alegria como o da JMJ, a directora da Fundação Papal Ajuda à Igreja que Sofre lembrou os cristãos que são perseguidos pelo mundo.

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Jovens a rezar no Parque Tejo Nuno Ferreira Santos
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Festa, liberdade, alegria e respeito — poderiam ser estas algumas das palavras que descreveriam a experiência de milhares de jovens cristãos de todo o mundo tiveram na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Lisboa. Mas nem sempre é assim: há países em que a escolha religiosa é questionada. “Não podemos esquecer-nos dos jovens cristãos que são perseguidos”, afirmou Catarina Martins, directora da Fundação Papal Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) em Portugal, numa conferência de imprensa da JMJ.

Catarina Martins quis aproveitar também a JMJ para lembrar os jovens de países onde não é fácil ser-se cristão: “É um assunto dos dias de hoje, mas que, infelizmente, está sempre um pouco esquecido, que é a situação da Igreja no Mundo e dos cristãos perseguidos”, notou. A Ajuda à Igreja que Sofre é uma organização que ajuda a Igreja “sofredora e perseguida” em 140 países.

A directora da AIS Portugal referiu que a instituição organizou uma exposição, a “Heróis da Fé”, na JMJ, na Basílica dos Mártires, em Lisboa. A exposição mencionava artigos religiosos danificados no Iraque e as reacções de jovens que participam na JMJ não se fizeram esperar. “Foi interessante ver a reacção dos jovens na exposição. Fê-los despertar para uma realidade”, contou Catarina Martins sobre a visita desses peregrinos à exposição. “Estamos na jornada, que é num momento de partilha, alegria e fé, mas também nos temos de recordar quem está lá fora, nos países onde a Igreja é perseguida.”

Mas a lembrança desses cristãos não é feita apenas nos países onde há liberdade religiosa. A directora da AIS referiu que a instituição apoiou cerca de 6000 jovens cristãos do Líbano, da Síria e do Iraque a participar numa jornada da juventude local. Esse evento tem praticamente as mesmas actividades da JMJ em Lisboa e essas mesmas iniciativas realizam-se à mesma hora. “Há muitos jovens que não conseguiram estar aqui nesta jornada, mas celebram a festa da fé e da alegria e da juventude numa jornada local. Na Síria, haverá à mesma hora a vigília [que se realizou este sábado com o Papa Francisco em Lisboa]”, indicou Catarina Martins.

Paulo Aido, jornalista da AIS, relembrou também a situação em Cabo Delgado, em Moçambique, onde cristãos são perseguidos. “Em muitos locais do mundo cristão são perseguidos e não podem ser esquecidos. A paz é urgente [em Cabo Delgado]”, notou, também na conferência. Cabo Delgado foi lembrado num dos testemunhos na vigília de sábado.

Diversidade só com singularidade

O respeito só se faz com diversidade e foi a mensagem que Francisco Martín, director em Portugal do Scholas Occurrentes, quis deixar na conferência, onde fez um balanço da mensagem deixada pelo Papa Francisco, que esta semana visitou a sua instituição. “Tivemos a sorte de ouvi-lo sobre a importância de nos respeitarmos uns aos outros”, afirmou numa conferência de imprensa num dos centros de imprensa da Jornada Mundial da Juventude.

“Neste mundo, é importante que cada comunidade tenha uma singularidade, para que se tenha uma cultura rica em diversidade”, assinalou. Afinal, só assim se poderá construir um conjunto de pessoas mais rico, notou: “A proposta da Igreja é universal e é importante que jovens de todas as regiões e ateus. A JMJ tem de ser uma mensagem para se chegar a uma cultura nova.”

O Scholas Occurrentes é movimento juvenil de educação fundado pelo próprio Francisco quando era bispo de Buenos Aires e respondia pelo nome de Jorge Mario Bergoglio.

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