Espectros do passado: Wagner, a geopolítica e o nazismo

Numa era que se imaginava de “paz perpétua” na Europa, o choque provocado pela invasão russa da Ucrânia fez reemergir os espectros do passado ligados à memória das piores atrocidades do nazismo.

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Richard Wagner (1875). Corbis/via Getty Images
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Um dos aspectos mais estranhos e curiosos da guerra na Ucrânia é a forma como ambos os beligerantes trocam entre si acusações de nazismo. Exemplos dessa retórica abundam. A Rússia qualificou a invasão da Ucrânia com uma “operação militar especial” para desnazificar o Estado vizinho. A brigada de assalto de Azov, também conhecida como “o batalhão de Azov”, foi amplamente denunciada pelos russos como um grupo neonazi da Ucrânia. Quanto a Stepan Bandera, que para muitos ucranianos é um herói nacional(ista) dos anos 1930-1940, para a Rússia é prova da cumplicidade com o nazismo do Governo de Volodymyr Zelensky (este, por sua vez, é de ascendência judaica).

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