Galiza e José Afonso: regresso a uma conexão humana

Dois livros lançados este mês mostram que a relação de José Afonso com a Galiza está longe de ter passado. Ecoa no presente e ecoará no futuro.

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Não é novidade que José Afonso (1929-1987) desenvolveu, a partir de um certo período da sua vida, uma forte ligação com a Galiza, as suas gentes e a sua cultura, ligação que manteve acesa até à morte. Diz-se que foi lá que terá cantado pela primeira vez em público a canção nascida de um poema dedicado à Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense, escrito em Maio de 1964, e que viria a gravar no álbum Cantigas do Maio em 1971: Grândola vila morena. A história desse concerto já foi contada mais de uma vez, mas há um texto do professor e editor galego Arturo Reguera, incluído no CD Grândola Vila Morena – Para Sempre José Afonso (Ed. não comercial do Município de Grândola), que a explica bem. Um conhecido cantor e compositor galego, Benedicto García Villar, ouvira pela primeira vez em casa de uns amigos em Madrid um disco de José Afonso “e não parou até que conseguiu pôr-se em contacto com aquele cantor que o impressionara tanto”. Conseguiu, um dia, contactá-lo, em Setúbal, e propôs-lhe ir cantar à Galiza, o que viria a suceder em Maio de 1972, com concertos em Ourense, Lugo e Santiago de Compostela.

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