Duas frentes frias passam por Portugal Continental. Chuva e vento regressam na sexta-feira
Duas frentes frias atravessam esta semana Portugal Continental, em particular o litoral Norte e Centro. Apesar da chuva e do vento, o IPMA lembra o cuidado a ter quanto à radiação ultravioleta.
A passagem de superfícies frontais frias pelo território continental convida a vestir um casaco e a retomar o uso do guarda-chuva, mas sem descurar o uso do protector solar. Esta segunda-feira, a primeira frente fria, concentrada no litoral Norte e Centro, trouxe nuvens e chuva, que vão perdurar entre o Minho e o Douro litoral até ao final da tarde.
O céu “muito nublado”, que geralmente se torna "limpo" durante a tarde, voltará na sexta-feira, de novo acompanhado por chuva, quando a segunda superfície frontal fria atravessar Portugal Continental.
Até ao final da semana, o regresso do céu pouco nublado ou limpo irá, ainda assim, ser acompanhado pelo aumento da intensidade do vento, como explicou ao PÚBLICO a meteorologista Ângela Lourenço.
“As rajadas de vento, de quadrante norte, que vão soprar de sudoeste na região do Algarve, podem atingir os 65 km/h durante a tarde na faixa costeira ocidental e nas terras altas. Na quarta-feira, apesar da subida da temperatura máxima, o vento vai manter-se em regime de nortada, na faixa costeira ocidental”, descreveu a meteorologista do IPMA.
Os dados do Instituto Português do Mar e Atmosfera apontam que na zona litoral e no Minho, esta segunda-feira, a partir do final da tarde, o vento poderá soprar até aos 40 km/h “no Noroeste” e até aos 60 km/h na Serra da Estrela.
Esta semana, no Porto, a temperatura mínima vai estabilizar entre os 14ºC e os 16ºC. Por sua vez, a temperatura máxima estará fixada entre os 22ºC e os 24.ºC, com excepção para quarta-feira, dia em que os termómetros poderão atingir os 27ºC.
A sul, em Lisboa, a chuva e as nuvens vão dar lugar ao vento, que irá soprar até aos 35 km/h a partir da tarde. Durante os próximos dias, a temperatura mínima continuará estabilizada entre os 18ºC e os 17ºC, e a temperatura máxima fixada entre os 26ºC e os 28ºC.
Para a restante região Sul, o vento soprará de “moderado a forte” durante a tarde, com rajadas até 60 km/h junto à costa e nas serras.
Chuva e vento para sexta-feira
A segunda superfície frontal fria deverá chegar na sexta-feira, o que se traduz, de novo, numa manhã com previsão de nebulosidade e chuva, “que poderá afectar todo o território, mas em especial o litoral Norte e Centro”, disse Ângela Lourenço.
Esta “perturbação” meteorológica, comum entre Junho e Setembro, resulta, segundo a meteorologista, do “conflito de massas de ar de características diferentes, que origina a formação de nuvens e precipitação”.
Além disso, acrescenta, o afastamento ligeiro do anticiclone dos Açores permite que a superfície frontal fria – que no verão circula mais a Norte – afecte também regiões do Sul da Europa, como a Península Ibérica.
“Esta [superfície frontal fria] vem da região do Atlântico adjacente, das regiões mais a Norte dos Açores e tem uma trajectória de noroeste, deslocando-se para a Europa. De Junho a Setembro há períodos de enfraquecimento ou afastamento do anticiclone [dos Açores] para Oeste, permitindo a passagem de frentes frias de actividade fraca, pontualmente moderada”, explicou Ângela Lourenço.
"As pessoas não podem baixar a guarda"
A previsão de vento, chuva e de temperaturas geralmente mais baixas para o "habitual durante o verão" não devem reduzir os cuidados a ter com a radiação solar. A meteorologista do IPMA lembra que a temperatura não está relacionada com o índice da radiação ultravioleta, que nos próximos dias vai variar entre o grau 8, 9 e 10 (Muito Elevado – a escala é de 2 a 11).
Por isso, o IPMA continua a aconselhar o uso de óculos de sol, chapéu, a aplicação de protector solar e atenção redobrada com crianças e idosos nas horas de maior calor. “As pessoas não podem baixar a guarda”, avisou Ângela Lourenço.
Para a próxima semana, a meteorologista admitiu a “ligeira subida de temperaturas, em especial da máxima, e sobretudo na região interior”, depois de sexta-feira, ou seja, após a passagem da segunda superfície frontal fria por Portugal Continental.