Angélica Liddell, Tónan Quito e André e. Teodósio no Citemor 2023

A 45.ª edição do Festival de Montemor-o-Velho decorre de 21 de Julho a 12 de Agosto, de novo com extensões a Coimbra e à Figueira da Foz.

Foto
Tónan Quito em Entrelinhas DR

Uma obra ainda em construção da espanhola Angélica Liddell, o espectáculo Entrelinhas, de Tónan Quito e Tiago Rodrigues, e uma revisitação de Haikus, de Sónia Baptista, por André e. Teodósio são algumas das propostas do Citemor para a sua edição deste ano.

A 45.ª edição do festival vai decorrer de 21 de Julho a 12 de Agosto, voltando a repartir-se entre Coimbra, Figueira da Foz e Montemor-o-Velho, epicentro do Citemor.

Ainda a recuperar dos anos em que esteve arredado de financiamento público, o Citemor mantém o empenho na "criação de condições para a pesquisa propriamente artística", sempre com espaço para "novas gerações" e para novas "abordagens conceptuais e estéticas", sem nunca esquecer a ligação a Espanha que o festival historicamente cultiva, disse à agência Lusa Armando Valente, membro da direcção do Citemor.

O festival arranca no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), em Coimbra, com a antestreia de Retrospectiva, em que performer e escritor Rogério Nuno Costa olha de forma crítica para o seu percurso, mapeando, sobretudo, "as falhas" e o que ficou por fazer ou que não deveria ter sido feito, explicou.

No dia 27 de Julho, no Teatro Esther de Carvalho, em Montemor-o-Velho, a encenadora e dramaturga espanhola Angélica Liddell, presença habitual no festival entre 2007 e 2017, irá mostrar uma obra que explora a ideia de ódio, ainda em processo de construção, na sequência de uma residência no festival.

Na Fábrica de Mármores, também em Montemor-o-Velho, Tónan Quito interpreta, no dia 29, Entrelinhas, uma criação em conjunto com Tiago Rodrigues, actual director do Festival d'Avignon, em que se olha para a relação entre "autor e actor", numa peça que mistura o Édipo Rei, de Sófocles, com as cartas de um preso para a sua mãe, escritas nas entrelinhas de uma edição daquela tragédia grega.

Já a 4 de Agosto, de novo no Teatro Esther de Carvalho, André e. Teodósio "reactiva" Haikus, a primeira obra de Sónia Baptista, estreada em 2002. No dia seguinte, a mesma artista apresenta, em antestreia, na Fábrica de Mármores, Sweat, Sweat, Sweat (um conjunto de pequenos afrontamentos), uma espécie de "segunda série de peças curtas".

A 10 de Agosto, no Teatro Esther de Carvalho, lugar a Ay, Jacinto, de David Benito, Elena Córdoba e Luz Prado, com a participação da Filarmónica 25 de Setembro, sobre a praga de jacintos de água que afecta o antigo curso do rio Mondego, criando breves retratos daquelas plantas entre som, escrita e imagens de microscópio.

Uma residência artística da companhia espanhola El Pollo Campero. Comidas Para Llevar, um espectáculo de Sílvia Real que junta música e dança numa visão do palco "como lugar de união, combate e utopia", uma antestreia da coreógrafa Olga Mesa e um processo de criação ainda aberto de Joãozinho da Costa são outras das propostas do festival, que termina a 12 de Agosto, com um concerto de Jéssica Pina na Praia do Cabedelo, na Figueira da Foz.

Durante todo o festival, será também possível ver uma obra de vídeo arte de Genadzi Buto, intitulada Too Big Drawing, patente na Alcáçova, em Montemor-o-Velho.