Câmaras chamadas a ajudar no transporte de polícias para a jornada da juventude

Protecção civil pediu autocarros para transportar os cerca de 3000 agentes da PSP que vão ser deslocados para Lisboa.

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A JMJ realiza-se em Lisboa entre os dias 1 e 6 de Agosto Matilde Fieschi
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A Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) pediu ajuda à Associação de Municípios Portugueses (ANMP) para que câmaras municipais possam disponibilizar autocarros para o transporte de polícias que vão trabalhar na Jornada Nacional de Juventude (JMJ).

O evento decorrerá entre os dias 1 e 6 de Agosto deste ano, mas a requisição de transportes foi feita para o período de 28 de Julho a 9 de Agosto.

O pedido é feito “na esfera da colaboração que impende sobre todas as instituições neste evento de amplitude mundial” no sentido de “indagar a possibilidade por parte dos municípios de disponibilizar autocarros (nas várias tipologias existentes)” para o transporte de agentes da PSP.

O pedido da ANEPC foi feito no dia 22 de Junho, mas a ANMP só fez seguir a solicitação para as autarquias no dia 5 deste mês.

O PÚBLICO contactou o gabinete de comunicação da PSP, que tem a gestão do processo, para saber se já havia autarquias a disponibilizarem autocarros mas não obteve resposta. Os agentes da PSP estão impedidos de tirar férias entre os dias 26 de Julho e 7 de Agosto.

A PSP prevê que estejam envolvidos na segurança da JMJ 10 mil polícias. Cerca de sete mil elementos fazem parte do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP (Cometlis) e 2800 polícias vêm de outros comandos do país para reforçar o Cometlis, estando ainda por contabilizar o efectivo da Unidade Especial de Polícia.

Os sindicatos desta força de segurança têm agendados vários protestos para o período da JMJ. Os agentes estão insatisfeitos com as ajudas de custo que foram estipuladas para os polícias chamados a participar na JMJ.

Segundo Magina da Silva e o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, os polícias deslocados e que pernoitam em Lisboa “estão em diligência e, por isso, têm direito a um montante de ajudas de custo para suportar os custos da deslocação”. “É para isso que servem as ajudas de custo. Foi decidido que as ajudas de custo vão ser pagas a 100%, isso significa que cada polícia deslocado em Lisboa vai receber 43,39 euros por dia”, afirmou o director da PSP.

Os sindicatos discordam e dizem que a “justa compensação”, como lhe chamou o ministro, não passa de “cerca de dez euros por dia, depois de pagas as despesas de alimentação e alojamento”.

Por isso, prometem fazer um acampamento no Terreiro do Paço, frente ao Ministério da Administração Interna, para que alguns polícias deslocados para Lisboa possam poupar nas pernoitas.

Dizem ainda que que vão distribuir, entre 31 de Julho e 6 de Agosto, panfletos de protesto junto aos aeroportos do Porto, Lisboa, Açores e Madeira e em diversos locais onde tenham lugar eventos da JMJ.

O plano de segurança, bem como o plano de mobilidade para a JMJ, será apresentado nesta sexta-feira. Nesta quarta-feira, a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catariana Mendes, afirmou que está garantida a segurança do Papa, dos peregrinos e da população de Portugal durante a jornada. “É nisso que estamos a apostar”, afirmou citada pela Lusa.

Bombeiros dizem nada saber

A insatisfação face aos trabalhos na JMJ reina também entre os chamados “soldados da paz”. A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) desmentiu a ANEPC sobre a articulação com esta força, afirmando não ter tido qualquer reunião sobre o evento.

“A LBP reafirma que não foi convocada para qualquer reunião com a ANEPC para tratar de assuntos administrativos, logísticos ou operacionais”, é dito num comunicado divulgado pela liga na noite de terça-feira.

A reacção surgiu na sequência de uma tomada de posição da protecção civil, na qual a ANEPC garantiu que “planeou, em permanente e estreita articulação operacional com os corpos de bombeiros voluntários, um dispositivo especial de protecção e socorro” para a JMJ

Os bombeiros sublinharam a preocupação com este tema e reiteraram que não dispõem de “uma directiva específica sobre o assunto”. A LBP assinalou ainda que os corpos de bombeiros voluntários dependem das Associações Humanitárias de Bombeiros e que estas têm de ser envolvidas no processo.

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