Marcelo a favor de auditoria à gestão das indústrias de Defesa. Costa não comenta

Primeiro-ministro recusou comentar o apoio manifestado pelo Presidente à realização de uma auditoria à gestão financeira das indústrias de Defesa, afirmando que o assunto está nas mãos da justiça.

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Marcelo Rebelo de Sousa participou numa iniciativa no antigo picadeiro real, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O Presidente da República manifestou esta segunda-feira apoio à realização de uma auditoria à gestão financeira das indústrias de Defesa, em nome da transparência, a propósito do caso que envolve o ex-secretário de Estado Marco Capitão Ferreira.

"Eu penso que se houver essa ideia é uma boa ideia, em homenagem à transparência", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, no fim de uma iniciativa no antigo picadeiro real, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa. Questionado na Lituânia, António Costa rejeitou comentar a posição assumida pelo Presidente da República.

Interrogado sobre a exoneração do secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira, constituído arguido no âmbito do processo "Tempestade Perfeita", que levou a buscas no Ministério da Defesa, o chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas não quis comentar esta saída do Governo.

No entanto, a propósito deste caso, referiu que lhe "pareceu perceber que há intenção do Ministério da Defesa de solicitar ou determinar a instauração de uma auditoria às indústrias de Defesa, à sua gestão financeira, às suas contas".

"Nomeadamente nos últimos anos, desde 2020, que penso ter sido o ano a que se reportam as últimas contas conhecidas", especificou, manifestando o seu apoio a uma auditoria com este âmbito.

António Costa recusou comentar o apoio manifestado pelo Presidente da República à realização de uma auditoria à gestão financeira das indústrias de Defesa, afirmando que o assunto está nas mãos da justiça.

"Acho que esse é um assunto que está confiado à justiça e devemos deixá-la trabalhar. Uma coisa muito importante é devermos respeitar as instituições e tal como devemos respeitar as Forças Armadas no exercício das suas funções, devemos respeitar também a justiça funcionar", sustentou António Costa, em declarações aos jornalistas no final de uma visita ao contingente português destacado na Base Aérea de Siauliai, a 200 quilómetros de Vílnius, capital da Lituânia.

PSD e Chega já propuseram no Parlamento a realização de uma auditoria à gestão da IdD Portugal Defence S.A, que gere as participações públicas nas empresas de Defesa.