Costa não comenta demissão de Capitão Ferreira e diz estar “focado” nas pessoas

O primeiro-ministro pede que se deixe “a Justiça funcionar” e garante que o Governo está “devidamente focado e a trabalhar” nos “problemas que preocupam os portugueses”.

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António Costa está reunido com os ministros para fazer um balanço do mandato e projectar o futuro Nuno Ferreira Santos
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Como já é habitual, o Governo realizou neste sábado um Conselho de Ministros informal para fazer um balanço do mandato e preparar a acção governativa após a pausa de férias no Verão. Mas, desta vez, o contexto foi particular: depois de cerca de um ano e meio marcado por sucessivas crises políticas, o encontro entre os membros do Governo realiza-se no rescaldo da demissão do secretário de Estado da Defesa, a 14.ª exoneração deste executivo. António Costa não comentou a saída de Marco Capitão Ferreira, mas garantiu que o Governo está "focado" e a "trabalhar" no que interessa: os "problemas" das pessoas.

Marco Capitão Ferreira demitiu-se nesta sexta-feira na sequência de buscas da Polícia Judiciária à sua residência, ao Ministério da Defesa e à Direcção-Geral dos Recursos da Defesa Nacional. Foi constituído arguido no âmbito da operação Tempestade Perfeita por “suspeitas de práticas criminosas no exercício de funções públicas, designadamente corrupção e participação económica em negócio”. A exoneração foi aceite pelo primeiro-ministro e o Presidente da República.

Neste sábado, em declarações aos jornalistas antes da reunião, em Sintra, o primeiro-ministro não se alongou sobre a demissão, pedindo apenas que "deixemos a Justiça funcionar". Ao invés, António Costa procurou passar a mensagem de que o Governo está centrado não nos "casos e casinhos", mas naquilo que importa verdadeiramente às pessoas.

Questionado sobre se o Conselho de Ministros irá reflectir sobre as saídas e o "desgaste" do Governo, o chefe do executivo afirmou que esta reunião se trata de "um momento importante" que se dedica a “fazer um balanço geral da situação do país para que todos os ministros possam falar sobre as suas áreas e o conjunto de prioridades" do Governo, assim como "preparar" o debate do Estado da Nação, marcado para 20 de Julho.

E desvalorizou as polémicas que se têm acumulado no Governo. "Nós vamos hoje concentrar-nos naquilo que importa à vida dos portugueses e, sem querer diminuir os comentadores e o espaço político, aquilo que sinto que preocupa as pessoas são temas bastante diferentes", declarou, acrescentando que se dedica "pouco à análise política e mais a fazer aquilo" que lhe "compete, que é governar".

António Costa garantiu, por isso, que o Governo estará "muito focado na necessidade de governar a pensar nos portugueses e focado nos problemas que preocupam os portugueses", como "o custo de vida, os rendimentos, o acesso à habitação e a melhoria do Serviço Nacional de Saúde". "É nisso que estaremos devidamente focados e a trabalhar”, rematou.

Mais do que nas reflexões sobre este ano de mandato, foi nas prioridades políticas futuras que Costa se centrou, à entrada para a reunião. Reconheceu a importância de responder "ao impacto da inflação", de "prosseguir uma política de melhoria de rendimentos", de melhorar o SNS através dos investimentos do Plano de Recuperação e Resiliência, do "reforço dos cuidados de saúde primários" e da "generalização dos modelos das unidades de saúde familiar de tipo B" ou de "continuar o fortíssimo investimento" na "qualificação da população".

Lembrando os bons números da economia, o primeiro-ministro assegurou ainda que o executivo irá "continuar a acarinhar a enorme transformação na economia portuguesa" que se está a dar com a criação de "novas empresas, a modernização do tecido empresarial, o investimento estrangeiro", a reindustrialização" ou a "exportação de bens".

"É fundamental manter a estabilidade das políticas porque é com essa estabilidade que continuaremos a manter este ciclo virtuoso", disse.

Os governantes foram chegando, um a um, ao Palácio Monserrate, em Sintra, mas juntaram-se à entrada da reunião para uma fotografia de grupo. Todos os ministros estiveram presentes, à excepção do ministro das Infra-estruturas, João Galamba que, segundo a Lusa, estará de férias com a família.

No final da reunião, que durou todo o dia, António Costa reiterou as declarações que fez aos jornalistas no Twitter. Afirmou que a reunião "foi de reflexão e debate sobre o caminho percorrido e o que ainda temos de fazer", assegurando que os membros do Governo estão "focados em governar para as pessoas".

E não avançou que temas estiveram em cima da mesa além das "respostas" às "preocupações do dia-a-dia dos portugueses, como o impacto da inflação, a melhoria dos rendimentos ou o reforço do SNS".

"Temos de continuar a investir nas qualificações e a transformar a economia. Há uma mudança estrutural em curso na nossa economia que, com a estabilidade das políticas, vamos conseguir manter", insistiu.

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