Euribor desce a três meses e sobe a seis e a 12 meses com máximo de 15 anos no prazo mais longo

Previsão de nova subida do custo do dinheiro continua a agravar evolução das taxas que estão na base da grande maioria dos empréstimos à habitação em Portugal.

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Manuel Roberto

As taxas Euribor desceram esta quarta-feira a três meses e subiram a seis e a 12 meses para novo máximo no prazo mais longo. A previsão de nova subida do custo do dinheiro por parte do Banco Central Europeu (BCE) continua a agravar evolução das taxas que estão na base da grande maioria dos empréstimos à habitação.

Esta quarta-feira, o governador do banco central alemão (Bundesbank), Joachim Nagel, defendeu que o Banco Central Europeu (BCE) deverá aumentar ainda mais as taxas de juros para combater a inflação.

A taxa Euribor a 12 meses, que actualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu para 4,165%, mais 0,001 pontos, face a terça-feira, um novo máximo desde 20 de Novembro de 2008.

Segundo dados de Março de 2023 do Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses representava 41% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 33,7% e 22,9%, respectivamente.

A média da taxa Euribor a 12 meses avançou de 3,862% em Maio para 4,007% em Junho, mais 0,145 pontos.

No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de Junho de 2022, subiu esta quarta-feira, ao ser fixada em 3,895%, mais 0,007 pontos que na terça-feira, depois de ter subido em 23 de Junho até 3,933%, também um novo máximo desde Novembro de 2008.

A média da Euribor a seis meses subiu de 3,682% em Maio para 3,825% em Junho, mais 0,143 pontos.

A Euribor a três meses, por sua vez, caiu para 3,589%, menos 0,024 pontos, face ao dia anterior, depois de na segunda-feira ter atingido um novo máximo desde 04 de Dezembro de 2008 (3,613%).

A média da Euribor a três meses subiu de 3,372% em Maio para 3,536% em Junho, ou seja, um acréscimo de 0,164 pontos percentuais.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de Fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro directoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de Fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, realizada em 15 de Junho, o BCE voltou a subir os juros, pela oitava reunião consecutiva, em 25 pontos base (ou 0,25 pontos percentuais) – tal como em 4 de Maio –, acréscimo inferior aos de 50 pontos base (0,50 pontos percentuais) efectuados em 16 de Março, em 2 de Fevereiro de 2023 e em 15 de Dezembro de 2022, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas.

Antes, em 27 de Outubro e em 8 de Setembro de 2022, as taxas directoras subiram em 75 pontos base (0,75 pontos percentuais). Em 21 de Julho de 2022, o BCE tinha aumentado, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base (0,50 pontos percentuais), as três taxas de juro directoras.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respectivamente, de -0,605% em 14 de Dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de Dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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