O Animal de Pedro Fernandes: “Tínhamos um cão robô, mas não era a mesma coisa”

Conhecê-los é conhecer a relação que têm com os animais. Pedro Fernandes começou por ter um cão robô até conhecer Jessie e Jack.

Foto
O Animal de Pedro Fernandes: “O Jack gosta de estragar plantas e a Jessie adora fazer buracos” Pedro Fernandes
Ouça este artigo
00:00
02:58

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

"A Jessie entrou na minha vida numa altura em que os meus filhos queriam muito ter um cão. Tínhamos tentado com um cão robô, mas não era a mesma coisa. Não era muito ligado a nós, especialmente quando ficava sem bateria. O Martim era ainda pequenino e achámos gira a ideia de ter um cão a crescer com ele. O Jack, que tem dois anos, só veio mais tarde para fazer companhia à Jessie, que tem seis, especialmente nos períodos em que não estávamos em casa. Mas depois veio a pandemia e ficámos todos sempre juntos, a toda a hora.

Normalmente, eles portam-se bem, mas isso é porque já fizeram muita asneira no passado e eu agora tento prever tudo o que pode correr mal e anular o risco. O Jack gosta muito de estragar plantas e a Jessie adora fazer buracos. O Jack é uma autêntica sombra nossa e, se pudesse, estava sempre colado. Por vezes, tropeço nele porque não me apercebo que se sentou mesmo ali ao meu lado. A Jessie é mais independente, a não ser que lhe cheire a comida. Mas ambos têm muita energia.

Não costumamos ir passear para longe porque não gosto de os meter no carro muito tempo para fazerem viagens longas. Temos zonas verdes e praias muito perto de casa. Adoram ir à praia e, apesar do Jack ser um cão de água, a Jessie é que se aventura mais para fora de pé.

Foto
Pedro com a beagle Jessie e o cão de água Jack (da esquerda para a direita) Pedro Fernandes

Uma vez que o Jack se porta melhor nos passeios e consigo que caminhe ao meu lado com trela sem ziguezaguear (ao contrário da Jessie), um dia experimentei levá-lo a correr. Começou muito bem, na frente, a puxar por mim. Confesso que até estava a ser uma ajuda nas subidas. Depois dos primeiros quilómetros desistiu de puxar e colou-se ao meu lado acompanhando o meu ritmo. Ao quinto quilómetro começou a ficar para trás e acabou ao meu colo perto do fim porque já não queria correr mais. Serviu-lhe de lição a ele e a mim, mas fizemos oito quilómetros juntos.

O papel que gostaria de ter na defesa pelos direitos dos animais? O que já tenho. Tento dar o exemplo e apoio causas sempre que isso me é solicitado ou tomo a iniciativa de ajudar quando tomo conhecimento de uma causa que merece ser apoiada. Mas estou sempre disponível para fazer mais e melhor. Sempre adorei animais e, apesar de só ter tido o meu primeiro cão há seis anos, este sempre foi um tema com que me preocupou muito. Acho que agora estou mais informado e consciente (e o mundo felizmente também está) do que ainda está mal e por mudar.

As pessoas devem pensar exaustivamente no que vai mudar na vida delas se tiverem um animal, porque vai mudar muito. Perguntem a um amigo ou dois que fizeram o mesmo, que impacto é que isso teve nas vidas deles. Da minha parte posso dizer que vão ganhar um amigo para a vida e receber muito amor em troca. Mas não vou mentir: dá muita despesa e muito trabalho. Na verdade, até tenho três animais, porque o gato da vizinha mora no meu jardim. Dorme nas nossas cadeiras e deixa-nos lembranças na relva. Por isso, acho que está bom assim."

Depoimento construído a partir de entrevista por email

Sugerir correcção
Comentar