Há três piscinas encerradas em Lisboa: cidadãos vão manifestar-se pela sua reabertura

Nesta quinta-feira, um grupo de moradores organiza um protesto com vista à reabertura das piscinas de São Vicente, Arroios e Casal Vistoso. Os utentes sublinham a importância deste serviço público.

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A piscina de Casal Vistoso, em Lisboa, encontra-se encerrada há três anos ML - Mafalda Melo
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Em Lisboa, as piscinas de São Vicente, Arroios e Casal Vistoso estão encerradas pelo menos desde o ano passado. Cidadãos dos bairros e utentes dos respectivos serviços manifestaram o seu descontentamento em comunicado enviado ao PÚBLICO, anunciando uma manifestação para esta quinta-feira, dia 6 de Julho.

Já há cartazes afixados pelas ruas por um grupo de cidadãos e utentes, que decidiu criar uma acção de protesto pela reabertura das piscinas de São Vicente, Arroios e Casal Vistoso, que se encontram inactivas. A manifestação, sob o mote "Piscinas, já!", terá lugar no Coreto do Largo da Graça, nesta quinta-feira, a partir das 17h30.

Em comunicado, pais, utentes e moradores dos três bairros assumem que “a câmara tem o dever de investir na qualidade de vida dos residentes de Lisboa, que passa por fomentar uma cultura de proximidade nos bairros da capital, garantindo a oferta de serviços de qualidade para o dia-a-dia dos seus habitantes”.

O movimento lembra a importância de um serviço que é útil para muitos cidadãos por um preço acessível, não só pelos benefícios para a saúde e bem-estar que proporciona, como pelo facto de assegurar uma instrução básica sobre natação para garantir a segurança futura dos lisboetas na praia.

No caso de São Vicente, trata-se de uma estrutura de importância intergeracional. Recebe não só as crianças das escolas próximas (como Santa Clara e A Voz do Operário), como também adultos e ainda uma comunidade de idosos, que usa a piscina como um serviço de saúde, disse ao PÚBLICO Chiara Moneta, uma das representantes do movimento que se quer fazer ouvir nesta quinta-feira.

Por motivos de segurança, a piscina encontra-se encerrada desde o dia 4 de Novembro de 2022. Uma vistoria técnica efectuada pela Câmara Municipal de Lisboa (CML) e pela Junta de Freguesia de São Vicente detectou “danos em elementos estruturais, principalmente localizados na área da cobertura dos balneários”, contou Manuel Rocha, coordenador do departamento de comunicação da junta.

Por isso, a Protecção Civil decidiu interditar o uso das instalações e estabeleceu a necessidade "urgente" de conservação e de reforço estrutural dos equipamentos, assumida pela Câmara de Lisboa.

Em curso está o levantamento e diagnóstico do desempenho estrutural dos equipamentos para o desenvolvimento de um projecto de reforço ou renovação, cujo prazo estimado termina no final do mês de Julho. A empreitada que vai permitir a reabertura da piscina não tem data à vista, mas não se afigura possível que retome o seu normal funcionamento antes do final deste ano, diz a junta de freguesia.

Por sua vez, a piscina no Complexo Desportivo Municipal de Casal Vistoso fechou portas em 2020 devido a “um conjunto de patologias que impedem a sua utilização no imediato”, revelou a CML. Face aos três anos em que se manteve inactiva, a entidade camarária que detém a competência deste serviço disse estar a trabalhar na resolução de parte dos problemas através da Direcção Municipal de Manutenção e Conservação.

Existem ainda outros planos, mas as obras só verão a luz do dia no próximo ano: “A câmara municipal tem pronta uma empreitada para corrigir patologias mais graves identificadas nas redes de águas quentes e frias do pavilhão e da piscina”, revelou ao PÚBLICO.

Por agora, os moradores vão ter de aguardar – só no segundo trimestre de 2024 a piscina de Casal Vistoso deverá ser reaberta à comunidade, adiantou a entidade camarária.

Em Arroios, a piscina foi encerrada à comunidade em Agosto de 2022. Em causa estão "problemas estruturais que põem em perigo os utilizadores desta infra-estrutura", apontou Carlos Rêgo, assessor da junta de freguesia que tutela o serviço público. Agora, a sua resolução depende, "necessariamente, de um apuramento de responsabilidades", que deve ser reforçado "pela fiscalização das entidades externas competentes", esclareceu.

Não é possível, até ao momento, avançar uma data para a autarquia local devolver a piscina aos fregueses, mas a Junta de Arroios assegura "transparência e legalidade" em torno da empreitada.

Texto editado por Ana Fernandes

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