Os ditadores não podem dar sinais de fraqueza

É impossível não concluir que o ditador russo saiu profundamente enfraquecido desta prova de força.

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1. Ainda não sabemos tudo sobre o que levou o líder do grupo de mercenários Wagner a avançar quase até Moscovo, à frente de uma poderosa coluna militar com a intenção de obrigar o Kremlin a mudar as chefias militares responsáveis pela invasão da Ucrânia. Não sabemos, em particular, o que Vladimir Putin teve de oferecer a Yegveny Prigozhin (Ievgueni Prigojin na versão portuguesa) para convencê-lo a dar meia-volta e aceitar um “exílio” na Bielorrússia de Lukashenko. Mas sabemos o que vimos durante 24 horas em directo nas televisões. E, por mais rebuscadas que possam ser as teorias interpretativas do que aconteceu, é impossível não concluir que o ditador russo saiu profundamente enfraquecido desta prova de força. Ainda tem margem para tentar recompor a sua imagem de homem forte, capaz de controlar tudo e todos? Terá alguma. Até porque as ditaduras como aquela que impôs ao povo russo não permitem a uma larga maioria ter acesso a outra informação a não ser a propaganda do Kremlin. Poderá recuperar? Dificilmente.

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