Presidenciais: Brilhante Dias quer PS unido e sem repetir “erros” do passado

Líder parlamentar socialista defende que o partido “nem sempre andou bem” e quer perfil “forte, com uma trajectória política sólida”.

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Brilhante Dias, líder parlamentar do PS Daniel Rocha
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A dois anos e meio de distância, as Presidenciais de 2026 já preocupam os socialistas e, num momento em que Augusto Santos Silva se posiciona para ser o candidato do PS, o líder parlamentar Eurico Brilhante Dias defende que o partido tem de evitar os “erros” do passado e unir-se em torno de um único candidato “forte, com uma trajectória política sólida”.

“O PS cometeu, ao longo da história e em diversas ocasiões, muitos erros. Nem sempre temos andado bem nas presidenciais”, afirmou Brilhante Dias, em entrevista à TSF, no final das jornadas parlamentares no Funchal, referindo-se ao facto de ter havido repetidamente dois candidatos na área socialista.

Lembrando que “o PS não tem um candidato forte e ganhador às eleições presidenciais desde Jorge Sampaio para o segundo mandato [2001]”, Brilhante Dias pede que toda a “área política” socialista faça “essa reflexão”. Para que dela possa sair “um nome forte, com uma trajectória política sólida, que pudesse enfrentar os candidatos que à direita irão aparecer”.

Questionado sobre o cenário de António José Seguro – o anterior líder do PS de que Brilhante Dias foi apoiante – ponderar avançar para Belém numa altura em que o actual presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, não nega o interesse futuro, Brilhante Dias evita comprometer-se – apesar de já ter considerado que Santos Silva seria um bom candidato –, até porque as candidaturas presidenciais são sempre “opções individuais”.

“António José Seguro tomará para o seu futuro as decisões que entender”, começa por dizer, para acrescentar: “Mais do que apresentar um cardápio de potenciais candidatos – sendo que há uns que têm uma trajectória mais consolidada e outros que, vindo de fora do partido, o podem representar –, no momento em que tivermos de tomar decisões era útil que todos fôssemos capazes de estar em torno de um candidato forte, de um socialista de convicções para ser Presidente da República.”

Brilhante Dias foi também questionado sobre a possibilidade de António Costa vir a aceitar um cargo europeu que o obrigue a deixar a liderança do Governo e, mesmo depois das declarações do primeiro-ministro ao PÚBLICO de que é “o garante da estabilidade”, o líder parlamentar não afasta liminarmente o cenário.

“As opções individuais do nosso primeiro-ministro são opções dele, do cidadão António Costa. Ninguém deve excluir essa vontade do primeiro-ministro António Costa, que manifestamente tem apetência por cargos executivos, mas também não devemos excluir a hipótese de voltar a ser candidato a primeiro-ministro em 2026.”

Seja como for, defende que a saída de Costa não pode pôr em causa a maioria absoluta conquistada no ano passado: “Temos de chegar a 2026”, defende. E, até lá, o PS tem de “governar bem” para poder voltar a “ganhar eleições” nesse ano.

Sobre o regresso de Pedro Nuno Santos ao Parlamento, como deputado, Brilhante Dias desdramatiza o impacto e rejeita a antecipação de problemas. “É o regresso natural de Pedro Nuno à bancada, e será muito bem acolhido, como foi muito bem acolhida a Marta Temido, a Alexandra Leitão, o António [Lacerda] Sales”, diz.

“O grupo parlamentar fica sempre mais forte quando acolhe um quadro qualificado com experiência política, experiência no Parlamento, experiência governativa”, acrescenta.

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