Entre a revolução e a guerra, a arte sudanesa ganhou um palco – e agora está em Lisboa

Depois de 2019, a cena artística do Sudão explodiu. Mas a guerra civil voltou a pôr tudo em causa, forçando os artistas a fugir. Uma exposição no centro cultural Brotéria conta esta história.

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Disturbance in the Nile documenta a explosão da arte sudanesa que sucedeu à revolução de 2019 MATILDE FIESCHI
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Ninguém sabia o que o sábado iria trazer, ou que o domingo nunca viria. As últimas obras chegaram a Lisboa na sexta-feira. “É inacreditável”, diz Rahiem Shadad. Faltava o curador. “Quando viajo para a Europa, tenho de me comprometer a regressar ao meu país, mas o meu país está em guerra. Ninguém ia acreditar.” Afinal, bastou um pedido ao Ministério dos Negócios Estrangeiros português, “a explicar que esta é uma exposição muito importante", na qual trabalhou "durante muito tempo”. “Ainda não acredito que consegui o visto”, disse Shadad, antes de viajar. Em Lisboa, a tempo da montagem e da inauguração, acabaram as incredulidades.

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