Valor das rendas cai pela primeira vez num ano
As rendas fixaram-se num valor mediano de 6,74 euros por metro quadrado no primeiro trimestre, uma queda de 2,5% face ao trimestre anterior. É a primeira queda trimestral no espaço de um ano.
As rendas mantêm-se em níveis elevados no arranque deste ano, mas dão o primeiro sinal de abrandamento no espaço de um ano. No primeiro trimestre de 2023, o valor mediano das rendas diminuiu face ao trimestre anterior, naquela que foi a primeira queda trimestral das rendas desde o início do ano passado. Isto numa altura em que o mercado continua a apresentar uma tendência de desaceleração, com o número de novos contratos de arrendamento a diminuir.
Os dados foram divulgados, nesta terça-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dá conta de que, no primeiro trimestre deste ano, o valor mediano das rendas dos novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares foi de 6,74 euros por metro quadrado, uma redução de 2,5% em relação ao trimestre anterior. É preciso recuar até ao primeiro trimestre de 2022 para voltar a encontrar uma queda trimestral das rendas, altura em que o valor mediano tinha registado uma diminuição de cerca de 1%.
Mesmo assim, em termos anuais, as rendas continuaram a aumentar a ritmo acelerado. Face ao primeiro trimestre do ano passado, o valor mediano de 6,74 euros por metro quadrado representa uma subida de 9,4%.
Este movimento é registado numa altura em que o mercado dá alguns sinais de abrandamento, embora os números continuem a ser dos mais elevados de que há registo. No primeiro trimestre deste ano, foram celebrados 24.300 novos contratos de arrendamento, uma queda de 1,7% face a igual período do ano passado. Este é o segundo trimestre consecutivo em que se regista uma queda anual do número de novos contratos de arrendamento. Importa lembrar, ainda assim, que, no conjunto de 2022, foram celebrados mais de 90 mil contratos de arrendamento, um máximo histórico.
Para esta evolução contribuíram, sobretudo, as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, que concentram a larga maioria do mercado de arrendamento em Portugal e onde as rendas registaram quedas em termos trimestrais. Na Área Metropolitana de Lisboa, o valor mediano das rendas fixou-se em 10,26 euros por metro quadrado, uma queda de 1,16% face ao trimestre anterior mas um valor que, ainda assim, mantém-se como o mais elevado de entre todas as regiões do país. Já em termos anuais, este valor representa uma subida de 12,6%, um ritmo mais acelerado do que aquele que foi registado a nível nacional.
A queda foi mais acentuada na Área Metropolitana do Porto, onde o valor mediano das rendas foi de 7,29 euros por metro quadrado no primeiro trimestre deste ano, uma redução de 4,3% em relação ao trimestre anterior (e uma subida de 10,3% face a igual período do ano passado).
Em sentido contrário, é nas regiões do interior do país que o valor das rendas mais acelera. No centro, o valor mediano das rendas chegou aos cinco euros por metro quadrado no primeiro trimestre deste ano, a primeira vez que é atingida esta fasquia nesta região, um aumento de 1,42% em relação ao trimestre anterior e de 16% face a igual período do ano passado. Já no Alentejo, as rendas fixaram-se num valor mediano de 4,64 euros por metro quadrado, uma subida trimestral superior a 3% e de 11,8% em relação ao ano passado.